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Milei terá que dialogar com governadores de diferentes coalizões

Publicado 20.11.2023, 20:42
Milei terá que dialogar com governadores de diferentes coalizões
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Antes do resultado da eleição presidencial da Argentina de domingo (19.nov.2023), que elegeu Javier Milei (La Libertad Avanza), o mapa político de governadores já estava decidido. Ao todo, o país tem 23 províncias e a capital federal Caba (Cidade Autônoma de Buenos Aires).

Em 2023, as eleições provinciais foram realizadas em 21 das 23 províncias ao longo do ano, além da Cidade Autônoma de Buenos Aires. As exceções foram Corrientes e Santiago del Estero, que escolheram seus governantes em 2021. Os novos governos locais eleitos neste ano assumem o comando das regiões a partir de 10 de dezembro, mesmo dia da posse de Milei.

Dos 24 governadores, 8 serão representantes do Unión por la Patria, coalizão peronista do candidato derrotado Sergio Massa. Dentre eles está Axel Kicillof, reeleito em 2023 para comandar a província de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país. Segundo dados do Ministério do Interior argentino, 37,04% dos eleitores argentinos estão na região.

Outras 10 províncias estarão sob a administração do Juntos por el Cambio, coligação de direita da ex-candidata à Presidência Patricia Bullrich e do ex-presidente argentino Maurício Macri. A aliança apoiou a candidatura de Milei no 2º turno e deve atuar como aliado do presidente eleito durante seu governo.

Dois distritos eleitorais argentinos importantes estão no grupo que será governado pelo Juntos por el Cambio: Santa Fe (com 7,96% dos eleitores argentinos) e a Cidade Autônoma de Buenos Aires (com 7,16%).

As 6 províncias restantes passarão a ser governadas por partidos e coalizões locais. Dentre elas está Córdoba, 2º maior distrito eleitoral da Argentina, onde estão 8,66% dos eleitores. A coligação de Milei, La Libertad Avanza, não elegeu governadores.

Saiba os partidos e coalizões locais eleitos para os governos provinciais:

  • Somos Energía para Renovar Santa Cruz (esquerda), em Santa Cruz;
  • Juntos Somos Río Negro (indefinido), em Río Negro;
  • Hacemos Unidos por Córdoba (esquerda), em Córdoba;
  • Partido Identidad Salteña (esquerda), em Salta;
  • Frente Renovador de la Concordia (esquerda), em Misiones;
  • Comunidad (indefinido), em Neuquén.

O coordenador de análise política da BMJ Consultores Lucas Fernandes avalia que Milei terá dificuldade de articular com os governadores principalmente pelo discurso adotado em sua campanha de cortar subsídios do governo. “Isso pode contribuir para que o Milei leve o Governo Federal a intervir em um ou outro assunto para construir essa base com os governadores. Mas vai precisar ser um trabalho de ‘formiguinha'”, afirmou.

Segundo Fernandes, assim como no Brasil, as províncias argentinas também recebem muito subsídio do Governo Federal e contam com ele para repasse de verbas. “O Milei também está com a mão na máquina pública, então nenhum governador vai querer comprar uma briga clara com o presidente e colocar o subsídios na balança”, avaliou Fernandes.

O especialista comparou ainda com o cenário brasileiro de 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) venceu as eleições presidenciais. “Na eleição de 2018, o PSL se tornou uma das maiores bancadas. O Milei não conseguiu isso. Não elegeu nenhum governador de província e fez uma base não tão expressiva se comparado aos grupos de Massa e Bullrich. Ou seja, ele vai precisar sentar para negociar. Ele não tem, nesse momento, o apoio garantido de nenhum governador”, declarou.

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NAS PROVÍNCIAS

No 2º turno das eleições presidenciais, Milei venceu em 20 das 23 províncias do país e na Cidade Autônoma de Buenos Aires. Seu rival no pleito, o peronista Sergio Massa, ganhou só nas províncias de Buenos Aires, Formosa e Santiago del Estero.

Como mostra o infográfico, Milei foi o mais votado em Catamarca, Chaco, Chubut, Córboba, Corrientes, Entre Ríos, Jujuy, La Pampa, La Rioja, Mendoza, Misiones, Neuquén, Río Negro, Salta, San Juan, San Luis, Santa Cruz, Santa Fé, Tierra del Fuego e Tucumán, além da capital federal, onde recebeu 57,24% dos votos, contra 42,75% de Massa.

As províncias de Córboba, Mendoza e San Luis foram as que o candidato de direita teve uma vitória mais confortável. Em Córdoba, a diferença entre o 1º e o 2º colocado foi de 48,11 pontos percentuais, com um placar de 74,05% contra 25,94%.

CONGRESSO

Além dos desafios econômicos, Milei, também precisará lidar com um Congresso dividido –a coalizão do novo presidente da Argentina não terá a maioria dos assentos na Câmara e no Senado.

Quando os congressistas foram escolhidos no 1º turno, realizado em 22 de outubro, a coalizão La Libertad Avanza elegeu 37 deputados, enquanto a coalizão de Sergio Massa, o Unión por la Patria, elegeu 108 deputados. Para ter maioria na Casa Baixa, são necessários ao menos 129 deputados.

A coalizão Juntos por el Cambio, da 3ª colocada no 1º turno Patricia Bullrich, perdeu 25 assentos –de 118 para 93– e também não tem maioria na Casa.

Mesmo a coalizão de Milei não conquistando a maioria dos assentos, os deputados das duas maiores coalizões de direita serão a maioria no Congresso, com 130 cadeiras somados. Os deputados de esquerda somam 121. Outros 6 representantes são independentes e não possuem orientação política definida.

Já no Senado, o partido de Massa saiu de 32 para 34 congressistas. O de Bullrich seguiu a mesma tendência da Câmara, e caiu de 33 senadores para 24, enquanto o grupo de Milei passou a ter 8 senadores. As coalizões precisavam eleger ao menos 37 senadores para ter maioria na Casa Alta.

Esta reportagem foi produzida em parceria com a estagiária de Jornalismo Evellyn Paola sob supervisão do editor Lorenzo Santiago.

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