O senador Sérgio Moro (União Brasil) foi homenageado pelo governador Romeu Zema (Novo) com a Medalha da Inconfidência Mineira, em Ouro Preto, Minas Gerais. A tradicional cerimônia ocorreu na manhã desta sexta, 21, no centro da cidade histórica mineira. O ex-presidente Michel Temer também foi homenageado.
Em seu discurso, Moro citou "o exemplo de Tiradentes" e criticou o governo Lula e o PT. O senador, que desistiu da candidatura a presidente em 2022, tem se posicionado como um dos principais nomes da oposição ao PT no Congresso. No segundo turno da eleição presidencial, Moro apoiou o então presidente Jair Bolsonaro contra Luiz Inácio Lula da Silva - assim como Zema.
"A gente tem o exemplo de Tiradentes, que lutou pela liberdade para poder, naquela época, enfrentar um governo estrangeiro, lutar para poder falar o que ele pensava e escrever o que ele sabia contra um governo na época. Ele queria ajustar as suas contas diante de uma derrama de impostos", disse o senador.
"Eu posso dizer a vocês o seguinte: o exemplo de Tiradentes permanece vivo, e todos nós brasileiros temos que homenageá-lo. Temos um governo que também quer fazer o seu ajuste de contas por meio de aumento da carga tributária e de impostos, embora ele não saiba dizer muito como pretende fazê-lo. Acho que Tiradentes deu o exemplo, e nós não podemos aceitar passivamente o aumento de impostos para ser usado em gastos desnecessários feitos pelo governo", declarou.
Zema enalteceu o ex-juiz e relembrou a atuação de Moro à frente da Operação Lava Jato. "Na condução do processo judicial da Operação Lava Jato (Moro), foi fundamental para escancarar os desmandos com recursos públicos realizados por meio das estatais. Se para ocupar o cargo de presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), agora é preciso experiência e capacidade de atuação no setor da empresa, devemos esse avanço ao presidente (Michel) Temer e ao senador Moro", concluiu Zema.
A homenagem a Moro ocorre na semana em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o senador ao Supremo Tribunal Federal por calúnia em razão de vídeo em que o ex-juiz insinua a venda de habeas corpus pelo ministro Gilmar Mendes. A gravação foi feita em tom jocoso, durante uma festa junina. Em nota, Moro afirmou que "os fragmentos do vídeo editado não revelam qualquer acusação contra o ministro" e repudiou a denúncia "açodada" da PGR. O senador evitou falar sobre o assunto durante a homenagem.