👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Operação Ptolomeu: PF revela 'operador financeiro' do governador do Acre

Publicado 21.03.2023, 11:48
© Reuters.  Operação Ptolomeu: PF revela 'operador financeiro' do governador do Acre

Em meio à extensa lista de investigados da Operação Ptolomeu, a Polícia Federal aponta um nome central do esquema de desvios e fraudes envolvendo a cúpula do governo do Acre: Eduardo Braga da Rocha, o 'Dudu'. Os federais o apontam como o 'principal operador financeiro do governador Gladson Cameli'. Ao governador, eles atribuem o papel de suposto 'chefe do grupo'.

Tão próximo do governador, 'Dudu' ocupava até o início do mês cargo comissionado de chefe de Departamento da Casa Civil do Acre. No dia 9, quando foi deflagrada a terceira etapa da Ptolomeu, a ministra Nancy Andrigui, do Superior Tribunal de Justiça, ordenou seu afastamento cautelar.

Relatório da PF encartado aos autos que formam a Ptolomeu sustenta que 'Dudu' possui 'inequívoca proximidade' com o governador. Ele já havia sido alvo de pedido de prisão preventiva formulado pelos investigadores da operação que põe sob suspeita a gestão Gladson Cameli e abala o Acre. A PF também pediu o afastamento do governador, o que foi negado.

A PF narra que 'sobram indícios' de que Eduardo Braga tem 'posição de proeminência' na organização criminosa investigada. Segundo os investigadores, ele atua em três frentes:

') 'Gerir e organizar as finanças do governador;

2) 'Negociar e receber vantagens indevidas (propina) em virtude de contratos públicos celebrados';

3) 'Delegar serviços menos importantes àqueles que estão abaixo dele na cadeia de comando da organização criminosa';

Ao pedir ao Superior Tribunal de Justiça a abertura da nova fase ostensiva da Ptolomeu, a PF transcreveu diálogos entre outros investigados que indicam o 'poder e a ascendência' de Eduardo Braga no grupo investigado, 'localizando-se muito próximo ao governador do Acre'.

Uma conversa foi recuperada no celular de um dos alvos da Operação Atlântida, aberta pela PF em Cruzeiro do Sul (BVMF:CSED3) - interior do Estado -, em junho de 2022. O investigado que teve o aparelho apreendido possui, segundo a PF, empresa que detém 'contratos públicos fraudados'.

Essa empresa, diz a investigação, teria pago propina de quase R$ 500 mil a Eduardo Braga no bojo de um contrato fechado com o governo acreano.

Na terceira etapa ostensiva da Ptolomeu, deflagrada na quinta-feira, 9, por ordem de Nancy Andrigui, do STJ, Eduardo Braga foi alvo de afastamento cautelar do cargo comissionado como chefe de Departamento da Casa Civil do Acre, com salário mensal de R$ 11.069,10.

No entanto, segundo a PF, 'Dudu' não parece prestar serviços no órgão público, sendo remunerado, na prática, 'para prestar serviços privados ao governador, numa flagrante situação de desvio de finalidade'.

De acordo com os investigadores da Ptomoleu, Eduardo Braga 'gerencia a obra de uma mansão do governador do Acre'.

Em julho de 2022, os investigadores deram início a um monitoramento de 'Dudu' e constataram sua proximidade com Gladson Cameli.

Segundo a PF, Eduardo Braga 'gerencia a vida financeira' do chefe do Executivo acreano. A PF indica que o comissionado da Casa Civil do Acre é responsável inclusive por realizar transporte e operações com dinheiro do governador.

Ao Superior Tribunal de Justiça, onde tramitam as investigações da Ptolomeu, a corporação entregou Relatório de Inteligência Financeira (RIF). O documento aponta que Eduardo Braga fez 'depósitos de altos valores' em espécie em favor de Cameli. Ele também paga suposto empréstimo em favor do governador 'com impressionantes R$ 100 mil em espécie'.

A PF ainda estabelece ligações entre Eduardo Braga, seu irmão Daniel, e o pai do governador do Acre, Eladio Cameli. Segundo a corporação, os irmãos são oriundos de Manaus, onde mora o patriarca da família Cameli, e passaram a viver em Rio Branco durante o mandato de Gladson, ocupando cargos em comissão em diversas secretarias.

Os investigadores narram que Daniel ocupou, na gestão de Cameli, cargo de diretor de Infraestrutura e Logística na Secretaria de Educação e Esportes do Estado. Posteriormente, deixou a cadeira para ocupar o cargo de diretor administrativo na Secretaria de Saúde - pasta que abriga contratos sob investigação na Ptolomeu.

Um contrato citado na investigação da PF tem como objeto a manutenção predial de instalações da Saúde. Segundo a corporação, a análise do procedimento 'constatou várias irregularidades' que 'geram o lastro financeiro que possibilita o desvio de recursos públicos'.

"Explica-se: por meio de medições completamente fraudulentas, sobram recursos para as empresas integrantes do consórcio Aquiri & Atlas distribuírem entre servidores públicos e agentes políticos, inclusive o governador Gladson Cameli", afirmou a PF na representação submetida ao STJ para abertura da terceira fase da Ptolomeu.

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR

Quando a terceira fase da Operação Ptolomeu saiu às ruas, no último dia 9, o governador Gladson Cameli (PP) afirmou que não tem ligação com a organização criminosa que, segundo a Polícia Federal, detém o controle de contratos milionários no Acre.

O governo do Estado do Acre se coloca à disposição para colaborar com as investigações da Polícia Federal em relação à Operação Ptolomeu. Na realidade, incentiva essa e todas as ações de combate à corrupção. Prova disso é que foi criada pelo governo do Estado a Delegacia de Combate a Crimes de Corrupção. É a nossa obrigação colaborar com a missão dos agentes públicos em todas as investigações da Polícia Federal, que visam salvaguardar o bom uso de recursos públicos.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.