Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A Anheuser-Busch InBev, que deve ampliar sua liderança global em cervejas com a compra da SABMiller, divulgou resultado abaixo do esperado no primeiro trimestre, após ter vendido 10 por cento menos cerveja no seu segundo maior mercado, o Brasil, o que impactou o resultado da brasileira Ambev (SA:ABEV3).
As ações da AB InBev chegaram a cair 4,6 por cento, para uma mínima em sete semanas de 103,20 euros, o que as colocava entre as piores performances do índice FTSEurofirst 300 das principais ações europeias.
A companhia havia alertado em fevereiro que era provável que tivesse um início de ano fraco no Brasil. Os volumes de cerveja caíram 10 por cento no trimestre sobre um ano antes, mas se recuperaram em abril, disse a fabricante.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) do primeiro trimestre da AB InBev subiu em 2,5 por cento excluindo o impacto de moedas e itens extraordinários, para 3,46 bilhões de dólares, ante previsão média em pesquisa da Reuters de 3,73 bilhões de dólares.
O crescimento dos resultados também foi limitado por um aumento de 13,5 por cento nos gastos com vendas e marketing.
Eamonn Ferry, analista do setor de bebidas da Exane BNP Paribas (PA:BNPP), disse que os números da companhia devem melhorar no segundo trimestre, principalmente comparados com a performance fraca um ano antes, e que o Carnaval mais cedo e aumentos de impostos no Brasil podem ser considerados eventos extraordinários.
O resultado do grupo saiu no mesmo dia em que a Ambev divulgou queda de 2,3 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre sobre um ano antes, para 2,89 bilhões de reais.