Por Gabriel Codas
Investing.com - A jornada desta quinta-feira começa com importante queda para o índice futuro do Ibovespa, que recua 1,07% aos 114.250 pontos, enquanto o dólar avança 0,38% a R$ 4,2466. A sessão deve ser mais uma vez marcada pela cautela com o avanço do coronavírus e também pela repercussão da decisão tomada ontem pelo Federal Reserve de manter os juros inalterados.
- Cenário Interno
IGP-M
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) iniciou o ano com alta de 0,48% em janeiro, desacelerando sobre o avanço de 2,09% em dezembro devido ao arrefecimento dos preços tanto no atacado quanto no varejo.
O resultado informado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira ficou abaixo do esperado em pesquisa da Reuters com economistas, de alta de 0,54%.
A FGV informou que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, desacelerou a alta a 0,50% em janeiro, ante 2,84% em dezembro.
O movimento teve como destaque o grupo Matérias Primas Brutas, que deixou para trás alta de 5,03% para subir 0,26% em janeiro, sentindo o impacto da queda de 5,83% dos preços dos bovinos após avanço de 19,57% em dezembro.
Reforma Tributária
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira que tem a expectativa de que a reforma tributária esteja resolvida até abril na Câmara e afirmou que trabalhará para que a reforma administrativa, cuja proposta ainda precisa ser encaminhada pelo governo, seja aprovada ainda neste ano.
Após palestra a investidores em evento do Credit Suisse em São Paulo, o presidente da Câmara reconheceu que a reformulação do sistema tributária não é um tema simples, mas declarou-se otimista com sua aprovação, fazendo ainda a avaliação de que a eleição municipal de outubro não atrapalhará a tramitação das reformas.
“Eu acho que até abril a gente tem esse assunto (reforma tributária) resolvido. Para votar”, disse Maia a jornalistas.
- Cenário Externo
PIB dos EUA
A economia dos Estados Unidos provavelmente manteve um ritmo moderado de crescimento no quarto trimestre e mais uma vez deve ter ficado aquém da meta de crescimento anual do governo Trump de 3% devido à queda no investimento empresarial em meio às tensões comerciais.
A prévia do Produto Interno Bruto que o Departamento do Comércio divulgará nesta quinta-feira deverá mostrar que os três cortes de juros feitos pelo Federal Reserve em 2019 ajudaram a manter a mais longa expansão na história, agora em seu 11º ano.
Entretanto, o crescimento está desacelerando conforme perde força o estímulo das reduções tributárias em 2018, um pacote que o presidente Donald Trump previa que impulsionaria o crescimento acima de 3%. Até agora ficou abaixo dessa meta.
Ásia
O mercado acionário do Japão recuou nesta quinta-feira com uma forte perda nas ações de Taiwan acelerando as vendas em Tóquio, enquanto investidores ficavam de olho em uma reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS) relacionada ao surto de coronavírus.
As perdas no mercado japonês aceleraram depois que as ações em Taiwan despencaram na abertura, em seu primeiro dia de negociações desde o feriado de Ano Novo Lunar.
O comitê emergencial da OMS vai se reunir a portas fechadas nesta quinta-feira para decidir se o novo vírus da China, que já se espalhou para mais de 15 países, constitui agora emergência global.
BOLSAS INTERNACIONAIS
Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,72%, a 22.977 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,62%, a 26.449 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC permaneceu fechado. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, não teve operações.
A quinta-feira se mostra negativa nos mercados acionários da Europa. Em Frankfurt, o DAX tem queda de 1,02% aos 13.028 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE cede 0,75% aos 7.427 pontos. Já em Paris, o CAC recua 1,28% aos 5.878 pontos.
COMMODITIES
Até o começo da próxima semana, os negócios nas bolsas da China estarão paralisados devido ao feriado do Ano Novo Lunar. A data festiva do gigante asiático iria se encerrar na quinta-feira, mas, para tentar diminuir os impactos do avanço do coronavírus, foi prorrogada em três dias. Com isso, os contratos futuros do minério de ferro e do vergalhão de aço não tiveram novas cotações
O cenário contribui para uma forte queda na cotação do preço do barril do petróleo. Em Londres, o barril do tipo Brent cede 2,29%, ou US$ 1,36, a US$ 57,53. Já Em Nova York, o WTI recua 2,08%, ou US$ 1,10, a US$ 52,24.
MERCADO CORPORATIVO
- JBS (SA:JBSS3)
O presidente-executivo da JBS (SA:JBSS3) disse nesta quarta-feira que não espera que o surto de coronavírus tenha impacto negativo nas importações de carne por parte da China.
Gilberto Tomazoni disse que o surto de SARS na China, em 2003, poderia ser uma situação comparável, e que naquele período as importações de carne pelo país aumentaram.
Por sua vez, o presidente da BRF (SA:BRFS3), Lorival Luz comentou durante evento do Credit Suisse que o vírus poderá aumentar a demanda chinesa por carne congelada e processada. Já a Marfrig (SA:MRFG3) comentou em comunicado que ainda não registrou cancelamentos de vendas ou embarques para a China.
- Petrobras (SA:PETR4)
Governança
A Petrobras (SA:PETR4) informou nesta quarta-feira que pediu a desvinculação do Programa Destaque em Governança de Estatais, criado pela B3 para atestar esforços de empresas estatais comprometidas a governança.
O projeto da B3, criado em 2015, na esteira dos escândalos de desvios de dinheiro público revelados pela operação Lava Jato, permite a adesão de empresas que sigam diversos quesitos de governança, incluindo medidas para evitar indicações políticas para cargos chave.
A Reuters havia reportado em julho que a administração da Petrobras (SA:PETR4) avaliava deixar o programa por iniciativa do presidente Roberto Castello Branco.
Greve
Trabalhadores da Petrobras (SA:PETR4) aprovaram em assembleias um indicativo de greve por tempo indeterminado a partir de sábado, informou a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que ressaltou que a categoria irá “garantir o abastecimento da população durante todo o movimento grevista”.
A federação, que representa 13 sindicatos, disse em comunicado que avisou a administração da Petrobras (SA:PETR4) sobre a paralisação ainda na terça-feira.
Os sindicatos afirmam que a greve será contra demissões em uma fábrica de fertilizantes da estatal no Paraná, que a Petrobras (SA:PETR4) informou mais cedo neste mês que será hibernada, com dispensa de 396 empregados, e por alegações de “descumprimento do acordo coletivo de trabalho”.
Reservas
As reservas provadas de petróleo e gás da Petrobras (SA:PETR4) atingiram 9,59 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) no fim de 2019, versus 9,606 bilhões em 2018, em meio a desinvestimentos da estatal, conforme fato relevante publicado pela petroleira nesta quarta-feira.
A empresa destacou que, em 2019, as vendas de ativos da companhia proporcionaram a monetização antecipada de 0,072 bilhão de boe.
“Desconsiderando os efeitos dos desinvestimentos realizados em 2019, a Petrobras (SA:PETR4) conseguiu repor 106% do volume produzido devido, principalmente, à boa performance e ao maior histórico de produção dos reservatórios do pré-sal da Bacia de Santos”, disse a companhia no fato relevante.
Os dados consideram critérios da US Securities and Exchange Commission (SEC).
- Copel (SA:CPLE6)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu nesta quarta-feira uma liminar que paralisava um contrato de consultoria financeira entre a Copel (SA:CPLE6) e o Banco Rothschild, informou a elétrica em comunicado.
Segundo a companhia, a decisão tomada pelo presidente do STJ, João Otávio de Noronha, devolve a vigência ao contrato até o trânsito em julgado de uma ação movida por pessoas ligadas ao sindicato de engenheiros do Paraná (Senge-PR).
O acordo entre a Copel (SA:CPLE6) e a instituição financeira, que visa o fornecimento de consultoria do banco para a venda da Copel Telecom, braço de telecomunicações da empresa paranaense, havia sido suspenso pela Justiça do Paraná no início deste mês.
A empresa afirmou que a decisão de Noronha reforça a “legalidade do ato praticado pela Copel (SA:CPLE6)”.
AGENDA DE AUTORIDADES
- Jair Bolsonaro
O presidente da República inicia a quinta-feira com reunião com o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), se encontrando em seguida com Salim Mattar, Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia. Ainda pela manhã, recebe os advogados Admar Gonzaga e Karina Kufa.
Na pare da tarde, viaja para Belo Horizonte, onde visita as áreas atingidas pelas chuvas dos últimos dias.
- Paulo Guedes
- Agenda Econômica e as Reformas de 2020 - CLP Liderança Pública;
- Almoço com o presidente do Conselho de Administração do UOL, Luís Frias;
- Audiência com o diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita;
- Audiência com o fundador e CEO da CNN, Douglas Tavolaro.
Com Reuters.