Investing.com - As ações do Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) subiam na manhã desta terça-feira, 14, após o banco reportar resultados considerados positivos e surpreendentes pelos analistas, mesmo diante do provisionamento com a exposição à Americanas.
Às 11h44 (de Brasília), os papéis avançavam 4,38%, a R$42,38, maior alta do Ibovespa.
Esse foi o melhor balanço entre os bancos, segundo André Fernandes, Head de Renda Variável e sócio A7 Capital. Fernandes afirma que o retorno sobre o patrimônio do líquido foi superior ao do Itaú (BVMF:ITUB4), que geralmente lidera esse indicador. “As ações hoje reagem positivamente, então mercado gostou bastante do resultado banco, que também anunciou dividendos e juros sobre o capital próprio”.
A instituição financeira registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,0 bilhões no quarto trimestre de 2022, aumento de 8,1% no trimestre e de 52,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Sem o provisionamento, o lucro líquido ajustado seria de R$ 9,4 bilhões no trimestre.
“O resultado do 4T22 foi impactado pela contabilização de evento subsequente que gerou a constituição de provisão para empresa do segmento large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023. A análise personalizada sobre o caso aplicada à metodologia de crédito ensejou provisionamento de R$ 788 milhões, correspondente a 50% da exposição ao ativo”, destacou o BB em release de resultados. “Os desdobramentos do caso estão sob monitoramento constante e o volume de provisão acompanhará a evolução das negociações, sendo que eventual necessidade de agravamento adicional do risco e seu impacto em provisão já estão devidamente contemplados nas projeções corporativas de 2023”, completa o BB.
Na visão da Eleven Financial, o Banco do Brasil reportou um resultado forte e surpreendente com ROE ajustado de 22,7%, o maior dentre os grandes bancos. “Mesmo provisionando 50% de sua exposição às Americanas, o lucro de R$ 9 bilhões no trimestre ficou 8,7% acima de nossas estimativas e 9,2% acima do consenso de mercado. Nossa nova estimativa aponta para um lucro de R$ 36 bilhões e ROE acima de 20% em 2023 e o que reforça nossa recomendação de compra”, aponta.
Enquanto isso, o banco JPMorgan (NYSE:JPM) elevou a classificação dos papéis do banco para overweight, assim como o preço-alvo das ações de R$50 para R$56. Conforme o relatório enviado aos clientes e ao mercado, o mais importante era ver as projeções da nova administração, segundo os analistas, refletem uma boa mensagem. Para 2023, o Banco do Brasil projeta uma alta na carteira de crédito entre 8% e 12% e entre 17% e 21% na margem financeira bruta. No entanto, as despesas administrativas também devem aumentar, entre 7% e 11%. Ainda, o banco projeta uma elevação no lucro líquido ajustado entre 33% e 37%.
O banco BTG (BVMF:BPAC11), por sua vez, disse em relatório que o avanço no lucro líquido foi rápido e impressionante, impulsionado por receitas fortes. Na visão do BTG, o BB ainda estaria sendo negociado a um valuation baixo de 3,3x P/L 2023, com 12% de dividend yield. “Acreditamos que a ação está muito barata para ignorar”, afirmam os analistas. O BTG possui recomendação de compra para os papéis de Banco do Brasil, com preço-alvo de R$57.
Carlos André Vieira, analista-chefe da casa de análises do TC, concorda que esse foi o melhor resultado entre os bancos e detalha que se o BB tivesse provisionado 100% em relação à Americanas, o ROE cairia para 21,8%. “O banco indicou um guidance bastante otimista para 2023 nas linhas de resultado final de lucro, indicando ROE próximo a 20%, ótimo resultado considerando o cenário que se desenha”.