Investing.com - As ações do UBS Group (SIX:UBSG) listadas na Suíça atingiram seu maior patamar desde 2008 nesta quinta-feira, 31, após o banco anunciar a integração da operação local do Credit Suisse (SIX:CSGN).
No pré-mercado americano UBS Group (NYSE:UBS), os papéis avançavam 4% às 9h19 (de Brasília), a US$26,53.
O banco suíço informou que a transação resultará em um corte de 3.000 vagas nos próximos anos, mas o CEO Sergio Ermotti ressaltou que as demissões serão principalmente por meio de aposentadorias ou desligamentos voluntários. A marca da Credit Suisse, com 167 anos de tradição, também será extinta.
O UBS declarou ainda que espera concluir a integração até o final de 2026, adicionando que prevê gerar sinergias de custo superiores a US$ 10 bilhões.
Antes, estimava-se que as sinergias seriam de US$ 8 bilhões até 2027. Enquanto isso, analistas consultados pela Reuters projetam a eliminação de 30.000 a 35.000 postos de trabalho globalmente.
A fusão forçada, supervisionada por autoridades governamentais suíças para evitar uma ampla crise financeira após os correntistas sacarem dezenas de bilhões do Credit Suisse, marcou uma união sem precedentes entre dois bancos de importância sistêmica.
No entanto, a combinação das duas maiores empresas do país tornou-se um ponto central de debate antes das eleições nacionais da Suíça em outubro. Uma pesquisa realizada após a fusão em março revelou que três quartos dos cidadãos suíços se opuseram à compra da operação local do Credit Suisse pela UBS.
Inicialmente, o UBS havia cogitado separar o negócio suíço do Credit Suisse - o único segmento rentável do grupo mais amplo no ano passado - em uma entidade independente. Porém, Ermotti argumentou em um comunicado que a incorporação total da divisão é a "melhor solução" para o UBS, seus acionistas e a economia suíça em geral.
Apesar das preocupações quanto à complexidade de unir organizações de grande porte, os analistas, em sua maioria, elogiaram a decisão do UBS.
"[A]creditamos que a clareza nesse ponto é um marco importante e consideramos isso positivo para as ações, dada a alta lucratividade e estabilidade do negócio suíço", escreveram os analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) em uma nota.
No balanço do segundo trimestre, a UBS reportou um lucro antes de impostos de US$ 29 bilhões na quinta-feira, em grande parte devido a um ganho contábil da compra. Excluindo esse impulso único, o valor ficou em US$ 1,1 bilhão.