SÃO PAULO (Reuters) -A Companhia Siderúrgica Nacional (BVMF:CSNA3) atendeu cobrança da Comissão de Valores Mobiliários e divulgou apenas no final da noite da véspera o valor pelo qual vai vender até 11% de participação em sua controlada de mineração.
A empresa informou que o preço acertado com a japonesa Itochu foi de 7,50 reais por ação da CSN Mineração (BVMF:CMIN3), um prêmio de cerca de 26% em relação ao fechamento do papel na véspera do anúncio do acordo.
A companhia comandada por Benjamin Steinbruch afirmou que "a forma de pagamento, eventuais ajustes e demais condições do negócio ainda estão sendo objeto de negociações e não foram definidas pelas partes".
A CSN anunciou na manhã de quarta-feira o acordo prévio com a Itochu, mas a divulgação não incluiu o preço do negócio. No mesmo dia, as ações da mineradora encerraram em queda de 0,67%, na mínima do dia. Na máxima, o papel chegou a subir 2,69%. Já as ações da CSN fecharam em alta de 2,23%, após avançarem 3,17% no melhor momento do pregão.
Procurada nesta quinta-feira, representantes da CSN não puderam comentar de imediato o motivo pelo qual a empresa não incluiu na divulgação do negócio o preço acordado com a Itochu.
Pelo preço acertado, a participação de 11% soma um valor de 4,5 bilhões de reais, segundo cálculos da Reuters. O negócio foi anunciado após meses de promessas da CSN sobre um acordo evolvendo a mineradora para ajudar a levantar capital para reduzir alavancagem financeira do grupo.
A CSN encerrou junho com alavancagem de 3,36 vezes dívida líquida sobre Ebitda, acima do nível de 2,78 vezes de um ano antes.
Em comentário a clientes nesta quinta-feira, analistas da Genial Investimentos afirmaram que o acordo é "estratégico para fortalecer a estrutura de capital da CSN e reduzir sua alavancagem financeira", acrescentando que a venda da participação "supõe condições propícias à elevação incremental do papel".
O anúncio do negócio também veio em um momento em que a CSN segue negociando a compra da cimenteira Intercement. Mais cedo neste ano, o então diretor financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, afirmou que uma eventual aquisição da Intercement não mudava o objetivo da companhia de reduzir a alavancagem para duas vezes até o final deste ano.
(Por Alberto Alerigi Jr.Edição de Paula Arend Laier)