Agro brasileiro vê questão política em tarifas dos EUA e pede solução pela diplomacia

Publicado 10.07.2025, 17:30
Atualizado 10.07.2025, 17:36
© Reuters.

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirmou nesta quinta-feira que espera por uma solução diplomática entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas anunciadas pelo governo norte-americano, e destacou que a medida imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, se trata de "uma questão política" que precisa ser debatida entre os países.

Na carta em que anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre o Brasil a partir de 1º de agosto, Trump mencionou decisões judiciais brasileiras contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras medidas consideradas "injustas" contra empresas norte-americanas do setor de redes sociais.

Para a Abag, que representa os setores do agronegócio brasileiro, não existem justificativas econômicas para as novas tarifas dada a realidade de anos com superávit norte-americano no comércio com o Brasil, que é "reconhecidamente um parceiro comercial estabelecido e confiável".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à TV Record nesta quinta-feira que seu governo primeiro irá buscar negociar com os Estados Unidos a questão tarifária, mas alertou que adotará a reciprocidade caso essas conversas não deem frutos.

O ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro, chamou de "ação indecente" as tarifas de 50% contra o Brasil e afirmou que o governo está "agindo de forma proativa" para buscar outros mercados.

A Abag destacou ainda que a decisão sobre tarifas "não vai só desfavorecer o exportador brasileiro, mas também o próprio consumidor americano", com alta de preços para produtos como café e suco de laranja, dos quais os EUA dependem em grande parte da oferta do Brasil.

A Abag citou as indústrias de papel e celulose, carne bovina, suco de laranja, açúcar e café como as principais afetadas no agronegócio pela tarifa de 50%.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou em nota que o caminho deve ser também o da negociação, com "pragmatismo".

"Nossa esperança é que os canais diplomáticos sejam intensamente acionados para que a razão e o pragmatismo se imponham para benefício de todos, pois este é o único caminho que serve ao entendimento e à prosperidade", disse a CNA.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também pediu negociações com "serenidade, a partir de fatos e estatísticas verdadeiras".

A Fiesp destacou que são muitas as oportunidades de mais e maiores negócios entre Brasil e EUA, que vão da exploração de terras raras ao desenvolvimento de padrões mundiais para os biocombustíveis, inclusive o SAF (de aviação).

Citou também setores como a integração energética (como etanol e gás natural) e investimentos conjuntos para a digitalização da economia, com uso da geração de energia elétrica de fontes renováveis para o processamento de dados de ambos os países.

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