Estratégia de IA sobe +46,45% e faz Nasdaq comer poeira; veja o segredo
Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirmou nesta quinta-feira que espera por uma solução diplomática entre Brasil e Estados Unidos sobre as tarifas anunciadas pelo governo norte-americano, e destacou que a medida imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, se trata de "uma questão política" que precisa ser debatida entre os países.
Na carta em que anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre o Brasil a partir de 1º de agosto, Trump mencionou decisões judiciais brasileiras contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras medidas consideradas "injustas" contra empresas norte-americanas do setor de redes sociais.
Para a Abag, que representa os setores do agronegócio brasileiro, não existem justificativas econômicas para as novas tarifas dada a realidade de anos com superávit norte-americano no comércio com o Brasil, que é "reconhecidamente um parceiro comercial estabelecido e confiável".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista à TV Record nesta quinta-feira que seu governo primeiro irá buscar negociar com os Estados Unidos a questão tarifária, mas alertou que adotará a reciprocidade caso essas conversas não deem frutos.
O ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro, chamou de "ação indecente" as tarifas de 50% contra o Brasil e afirmou que o governo está "agindo de forma proativa" para buscar outros mercados.
A Abag destacou ainda que a decisão sobre tarifas "não vai só desfavorecer o exportador brasileiro, mas também o próprio consumidor americano", com alta de preços para produtos como café e suco de laranja, dos quais os EUA dependem em grande parte da oferta do Brasil.
A Abag citou as indústrias de papel e celulose, carne bovina, suco de laranja, açúcar e café como as principais afetadas no agronegócio pela tarifa de 50%.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou em nota que o caminho deve ser também o da negociação, com "pragmatismo".
"Nossa esperança é que os canais diplomáticos sejam intensamente acionados para que a razão e o pragmatismo se imponham para benefício de todos, pois este é o único caminho que serve ao entendimento e à prosperidade", disse a CNA.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também pediu negociações com "serenidade, a partir de fatos e estatísticas verdadeiras".
A Fiesp destacou que são muitas as oportunidades de mais e maiores negócios entre Brasil e EUA, que vão da exploração de terras raras ao desenvolvimento de padrões mundiais para os biocombustíveis, inclusive o SAF (de aviação).
Citou também setores como a integração energética (como etanol e gás natural) e investimentos conjuntos para a digitalização da economia, com uso da geração de energia elétrica de fontes renováveis para o processamento de dados de ambos os países.