Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A Advocacia-Geral da União (AGU) vai aguardar a conclusão das investigações do inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar os responsáveis pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ocorrido na sexta-feira com dezenas de mortos e centenas de desaparecidos, para decidir se pede o afastamento de diretores da Vale (SA:VALE3), dona do empreendimento, afirmou à Reuters nesta segunda-feira uma fonte familiarizada com o caso.
Segundo a fonte, a medida poderá ser adotada se houver indicativos de culpa pessoal de diretores da companhia.
Desde a sexta, a empresa se tornou alvo de um inquérito da PF e outras frentes de apuração, além de bloqueios judiciais e multas que já atingem 12,1 bilhões de reais.
O afastamento da diretoria da Vale foi discutido "de forma rápida" na reunião desta segunda-feira do gabinete de crise no Palácio do Planalto, após a fala no início da tarde do presidente em exercício, Hamilton Mourão.
Em entrevista a jornalistas, Mourão havia afirmado que o afastamento da diretoria da Vale está em estudo pelo grupo de crise do governo formado após o rompimento de barragem em Brumadinho.
"Essa questão da diretoria da Vale está sendo estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de ação que eles estão levantando", disse Mourão a jornalistas ao ser questionado se essa seria uma possibilidade.
A questão foi levantada inicialmente pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) em sua conta no Twitter, no último domingo.
Mourão ressaltou não ter certeza se o governo pode pedir o afastamento.
"Tem que estudar isso. Não tenho certeza que o grupo (de crise) pode fazer essa recomendação", alegou.