Investing.com - A Alpargatas dispara mais de 4% no início de pregão dessa segunda-feira após a sua controladora J&F fechar acordo de confidencialidade com a Cambuhy para negociar a empresa.
O papel avança para R$ 13,20, na máxima do dia até às 11h, com a expectativa pelo negócio. Com a notícia, a ação preferencial caminha na direção da sua máxima histórica de R$ 13,57 alcançada em 2 de maio.
Desde a delação premiada da J&F, a Alpargatas é apontada como um dos principais ativos à venda para ajudar a sanar o endividamento e os problema de liquidez do grupo.
Na semana da delação, o ativo afundou 12%, acompanhando o pessimismo do mercado, mas desde então destoa do comportamento dos principais papéis da Bovespa. O ALPA4 registra valorização nas últimas cinco semanas, subindo dos R$ 11,23 na sexta-feira pós-delação para os R$ 13,20 de hoje, ganhos acumulados de 17,5%.
O acordo entre a J&F e a Cambuhy Investimentos foi firmado no dia 23 de junho e anunciado hoje pelas empresas.
A Alpargatas possui marcas como Havaianas, Mizuno, Osklen e Topper e faturou no primeiro trimestre R$ 807 milhões, com lucro líquido de R$ 185,85 milhões.
Além da Alpargatas, a J&F também firmou acordo de confidencialidade com a chilena Arauco para negociar a Eldorado, braço de papel e celulose do grupo. A operação deverá girar em torno dos R$ 14 bilhões, com R$ 8 bilhões em dívidas incluídas.
Justiça bloqueia venda
A estratégia de desinvestimento da J&F enfrentou na semana passada a posição contrária da Justiça Federal de Brasília, que barrou a venda de ativos no Mercosul. Em decisão, o juiz substituto da 10ª Vara Federal, Ricardo Leite, que citou que a venda de ativos pode prejudicar o esclarecimento de fatos denunciados na delação.
A operação envolve a venda por R$ 300 milhões das vender subsidiárias detentoras de operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para subsidiárias da Minerva (SA:BEEF3).
A J&F firmou acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões para serem pagos por 25 anos.