Americanas tem prejuízo de quase R$500 mi no 1º tri

Publicado 14.05.2025, 20:37
Atualizado 14.05.2025, 21:35
© Reuters. Unidade da Americanas em Brasílian27/06/2024nREUTERS/Adriano Machado

SÃO PAULO (Reuters) - A Americanas (BVMF:AMER3) divulgou na noite desta quarta-feira um prejuízo líquido de quase meio bilhão de reais, revertendo o lucro de R$453 milhões apurado nos primeiros três meses de 2024, conforme balanço financeiro apresentado ao mercado.

A varejista em recuperação judicial apresentou um prejuízo líquido de R$496 milhões entre janeiro e final de março, de acordo com seu relatório de resultados do período.

Segundo a Americanas, a comparação ano a ano foi comprometida, principamente, pela contabilização de R$1,3 bilhão em outras receitas no mesmo período do ano anterior, decorrentes da execução do plano de recuperação judicial da companhia.

O resultado no trimestre encerrado em março refletiu um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado negativo em R$20 milhões, contra um Ebitda positivo de R$243 milhões um ano antes.

A receita líquida da companhia recuou 17,4% na base anual, para R$3,06 bilhões, com o efeito do descasamento entre o mês da Páscoa em 2025 e 2024, que impactou as vendas no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.

"A Páscoa para a gente é quase tão importante quanto o Natal", disse o presidente da Americanas, Leonardo Coelho, em entrevista à Reuters, acrescentando que o fato de a data corporativa ter caído em abril pressionou o resultado do primeiro trimestre.

O executivo ressaltou que, quando comparados os primeiros quatro meses de 2025, com o mesmo período do ano passado, a Americanas apurou um crescimento de cerca de 10% na receita líquida.

A Americanas, que fechou cerca de 80 lojas em 2024, continua trabalhando para melhorar a performance das unidades menos rentáveis e pretende abrir novos pontos de venda no País, no segundo semestre, principalmente na região Nordeste, disse ele.

No primeiro trimestre, a Americanas encerrou as operações de 26 unidades que não atendiam aos "critérios de viabilidade" da companhia, conforme relatório de resultados.

Ainda em recuperação judicial, a empresa enfrentou uma grande crise nos últimos anos após a descoberta de uma fraude contábil bilionária envolvendo executivos da antiga diretoria.

Segundo Coelho, a rede tem conseguido trimestre a trimestre melhorar seus resultados, com o objetivo de superar completamente suas dificuldades financeiras, embora admita que esse processo toma tempo.

"Essa não é uma crise da qual você sai rapidamente", disse Coelho. "É como uma operação de coração, você não sai da sala cirurgia para no dia seguinte correr uma maratona."

A empresa encerrou março com uma dívida bruta de R$1,8 bilhão, composta por R$1,8 bilhão em debêntures públicas e R$61 milhões em empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo de empresas pertencentes ao grupo que não estão em recuperação judicial.

 

(Reportagem de Luciana Magalhães e Patricia Vilas Boas)

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