Bitcoin em queda após liquidação bilionária no mercado
Por Allison Lampert e Gabriel Araujo
MONTREAL/SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer pode obter a certificação de sua aeronave elétrica em 2027, mas o novo presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Tiago Faierstein, disse à Reuters que gostaria de atingir esse marco um ano antes.
A Eve, subsidiária da Embraer, está entre várias empresas que desenvolvem aeronaves movidas a bateria que podem decolar e pousar verticalmente para transportar pessoas em viagens curtas, um segmento visto como essencial para o crescimento futuro da terceira maior fabricante de aviões do mundo.
A Eve, que já acumulou quase 3.000 pedidos potenciais antes da produção, atualmente espera que sua aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) entre em serviço em 2027, um ano depois do planejado inicialmente.
Faierstein disse em uma entrevista na tarde de domingo que a agência reguladora faria o possível para ajudar a Embraer a certificar a aeronave no ano que vem.
"Vamos trabalhar com 2027, mas nossa meta, nosso desejo, é ser em 2026", disse Faierstein em paralelo à Feira de Inovação da Organização da Aviação Civil Internacional em Montreal, que termina nesta segunda-feira.
A certificação da aeronave eVTOL é a principal prioridade da Anac, disse ele, mas o prazo dependerá da Embraer, pois "sua tecnologia precisa estar madura" para ser certificada.
A entrada em serviço da Eve depende do desenvolvimento de infraestrutura, como vertiportos, e do enfrentamento de desafios como infraestrutura de rede elétrica e gerenciamento de tráfego aéreo, não apenas da certificação dos chamados táxis voadores.
"Estamos focados na implantação no mercado, não apenas na certificação", disse Faierstein.
O presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse à Reuters no mês passado que estava em contato com a Anac e que tudo estava "bem controlado" antes da certificação do eVTOL.
"Neste momento, o plano é final de 2027. A turma está toda empenhada e trabalhando com esse cronograma", afirmou.
A Eve tem encomendas do eVTOL de cerca de 28 clientes em nove países, disse a ANAC, o que está criando um desafio para os reguladores criarem regras comuns para que os eVTOLs possam cruzar fronteiras.
O regulador primeiro coletaria dados no Brasil e depois os compartilharia com parceiros e com a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), da ONU, que realizará sua assembleia trienal a partir de terça-feira.
"Primeiro, estamos focados nos dados que estamos adquirindo no Brasil", disse Faierstein. "Depois, compartilharemos os dados com a OACI e outros países para harmonizar as regulamentações."
A Eve estreou na Bolsa de Valores de Nova York em 2022 e recentemente captou novos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Embraer. Outros investidores incluem a United Airlines, BAE Systems, Nidec, Thales e Acciona.
(Reportagem de Allison Lampert, em Montreal, e Gabriel Araujo, em São Paulo)