No último dia de novembro, o Ibovespa tenta dar sequência ao sexto dia de altas seguidas. Desde a abertura, alterna leve ganho com moderado recuo, enquanto a maioria das bolsas europeias e os índices futuros em Nova York cedem. Para os entrevistados pelo Broadcast, o movimento de queda no exterior e internamente é visto apenas como uma realização de lucros, após os fortes ganhos recentemente.
A avaliação é de que apesar de algumas notícias com viés negativo para os mercados, as positivas parecem prevalecer, por ora. "Está no radar uma solução do acordo comercial do Brexit, tem a questão da vacina, com o Reino Unido estimando que poderá se tornar o primeiro país a aprovar o uso das vacinas contra a covid-19 desenvolvidas pelos laboratórios Pfizer e BioNTech e a fala do Bolsonaro presidente Jair Bolsonaro também pode ajudar", descreve o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.
Bolsonaro afirmou ontem que o ministro da Economia, Paulo Guedes, "é 98% da Economia". Segundo ele: "o que eu falei três meses atrás está valendo. Quem falar em Renda Cidadã, cartão vermelho".
O Ibovespa, por exemplo, fechou todas as semanas de novembro no campo positivo, acumulando 4,27% até o momento e alta de 17,69% em novembro. A Bolsa brasileira deve fechar o mês com o melhor desempenho visto desde novembro de 1999, quando teve valorização de 24%, devido a uma série de fatores, como notícias sobre avanço de vacinas contra a covid-19, liquidez farta mundial, juro baixo, rotação de ações e preços atrativos em dólar.
"Está indicando uma leve realização, o que é normal. Tem oportunidade. A Bolsa está barata em dólar. Tem um fluxo de entrada forte, são quase R$ 30 bilhões a R$ 29,996 bilhões até dia 25", afirma Bruno Musa, da Acqua Investimentos. Ele contudo, pondera que para que o montante seja sustentável, é preciso avanço na pauta de reformas. "Tudo depende dessa agenda. Temos mais três semanas antes do recesso parlamentar. É preciso aprovação de pelo menos o Orçamento de 2021 para evitar um 'shutdown' paralisia do governo, o que não seria bem visto", completa.
Bruno Musa ainda cita que o crescimento nas vendas da black friday este ano no Brasil pode limitar eventual queda do Ibovespa, assim como os dados da economia da China, mostrando retomada. O faturamento do e-commerce somou R$ 4,02 bilhões, considerando quinta e sexta-feira (27), um aumento de 25,1% em relação a igual período de 2019, segundo levantamento feito pela Ebit/Nielsen. Ao todo, foram mais de 6 milhões de pedidos gerados, crescimento de 15,5%.
O aumento nas vendas pela internet por causa do evento não só pode estimular as ações de consumo e ligadas ao e-commerce na B3 (SA:B3SA3) como esquenta as expectativas por dados de atividade dias antes da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. O PIB deve marcar virada de queda de 9,7% no segundo trimestre para crescimento em torno de 9% no período de julho a setembro de 2020.
Após dados da China, o minério fechou em alta de 0,96% no porto de Qingdao, a US$ 129,62 a tonelada. Vale (SA:VALE3) On avançava 0,04%. Já o petróleo cai perto de 1,00% no mercado internacional, diante da falta de acordo, como relata a imprensa americana, antes da reunião virtual da Organização dos Países Opep+, marcada para hoje. Ainda assim, as ações da Petrobras (SA:PETR4) sobem perto de 1,00%.
No entanto, ações do setor financeiro limitam alta do Ibovespa. Hoje, a Moody's em relatório disse em relatório que a perspectiva para bancos de mercados emergentes em 2021 é negativa e estável para seguradoras. Às 11h08, o Ibovespa subia 0,01%, aos 110.589,83 pontos, após mínima aos 110.338,32 pontos e máxima aos 110.933,68 pontos.