Investing.com - Após um ano tumultuado para o setor de biotecnologia, o BofA (NYSE:BAC) Securities vê sinais positivos para 2023, destacando que uma série de ações do segmento pode registrar forte valorização no próximo ano, graças a dados positivos de ensaios clínicos e um retorno gradual do apetite para o risco.
“Consideramos que 2023 será um ano de reconstrução para o setor, com resultados positivos de ensaios clínicos e maior consolidação do mercado, ressaltando a necessidade de inovação sustentada para aumentar os ganhos de mercado nos próximos 12 a 18 meses”, declarou Alec Stranahan, analista de pesquisa do BofA Securities, em uma nota emitida nesta quinta-feira. “Nossa expectativa é que também haja uma retomada dos negócios (mais provável entre o segundo semestre de 2023 e o primeiro semestre de 2024)”.
Está chegando ao fim um ano marcado pelo estresse em todo o mercado acionário. O grande destaque do ano foram os bancos centrais, que passaram a aumentar agressivamente os juros para enfrentar a disparada da inflação, o que acabou prejudicando os valuations de muitas empresas que não eram rentáveis.
O índice Nasdaq Biotechnology, o indicador mais importante dos preços das ações de biotecnologia, já estava em tendência de baixa no início de 2022, atingindo seu nível mais baixo do ano a 3.323 pontos em junho. Em seguida, ocorreu uma forte retomada, com o índice superando a marca dos 4000 pontos e alcançando recentemente o nível de 4418 pontos. Desde o início do ano, o benchmark acumula uma queda de 9,2%. Com isso, o índice do setor de biotecnologia se manteve mais firme do que o Nasdaq Composite mais amplo, cujo recuo foi de 31% no mesmo intervalo.
A tabela abaixo fornece uma lista de cinco ações de biotecnologia para 2023. O BofA Securities selecionou as três primeiras como “top picks” do ano-novo e as duas últimas como “azarões”. Estas últimas são ações que estão fora do radar de muitos investidores, mas podem surpreender positivamente em 2023, muito embora tenham um risco maior.
Stranahan considera a Day One Biopharmaceuticals (NASDAQ:DAWN) sua principal escolha para o ano-novo. O BofA Securities espera que a empresa de biotecnologia com sede nos EUA continue tendo desempenho positivo no próximo ano, na expectativa de resultados favoráveis do seu novo medicamento tovorafenib (DAY101) no primeiro trimestre de 2023. Caso isso se concretize, a expectativa é que a empresa submeta um Registro de Novo Medicamento à FDA, agência de vigilância sanitária dos EUA, no primeiro semestre de 2023.
Com base no preço atual do papel, os analistas estimam que ele pode subir 59%, para US$ 34. "Consideramos que a ação está atualmente subvalorizada. Os resultados preliminares nos deixam otimistas. A maioria espera resultados positivos. Além disso, há evidências clínicas confiáveis para uma aprovação", disse o comunicado.
Também fazem parte da lista as ações da Krystal Biotech (NASDAQ:KRYS) e da SpringWorks Therapeutics (NASDAQ:SWTX), cujos retornos potenciais são de 21% e 99%, respectivamente, de acordo com os preços-alvo do BofA Securities. Os papéis da Krystal Biotech superaram o mercado mais amplo neste ano, subindo 12%, ao passo que os da SpringWorks Therapeutics se desvalorizaram 63%.
Em setembro, a terapia genética Vyjuvek, da Krystal Biotech, destinada ao tratamento da epidermólise bolhosa distrófica (DEB), recebeu o status de “Análise Prioritária” da FDA. O BofA Securities espera que a decisão da FDA sobre o pedido de aprovação de comercialização saia até 17 de fevereiro no mais tardar. É bem provável que isso aconteça, segundo os analistas. Eles também teceram comentários positivos sobre o tratamento de antirrugas KB301, que deve entrar na fase 2 de ensaios clínicos em 2023.
O BofA Securities classificou as ações da Erasca (NASDAQ:ERAS) e da Immatics (NASDAQ:IMTX) como "azarões". Os especialistas atribuíram à primeira um preço-alvo de US$ 18, o que, com base no preço atual da ação, implica um potencial de alta de 277%. “A Erasca possui um dos pipelines mais subestimados em oncologia de precisão”, disse o relatório.
A Immatics, que desenvolve e fabrica imunoterapias de células T para o tratamento do câncer, teria um potencial de alta de 72%, para US$ 16. O candidato a produto da empresa, o IMA201, que trata tumores sólidos, responde por US$ 8 desse retorno. Os especialistas da BofA Securities atribuem US$ 3 ao candidato a produto IMA203, que também é destinado ao tratamento de tumores que carregam o antígeno PRAME em sua superfície.