SÃO PAULO (Reuters) - A companhia aérea Gol (BVMF:GOLL4) avaliou nesta quinta-feira que o atraso nas entregas de aeronaves 737 MAX pela Boeing (NYSE:BA) é seu "principal desafio", com o presidente-executivo, Celso Ferrer, dizendo que o crescimento da companhia aérea foi limitado pela questão.
A Gol esperava ter 53 aviões MAX voando neste momento, mas até setembro tinha apenas 38, disse Ferrer em evento para investidores, acrescentando que a empresa estava "contando com esses aviões" para renovar sua frota.
"Quanto menos recebemos do MAX e da nova tecnologia, mais pressão temos sobre o nosso backlog de manutenção de motores", disse Ferrer, observando que os aviões mais antigos que a empresa tem em sua frota deveriam ter sido devolvidos.
A Gol usa exclusivamente jatos Boeing 737, com sua frota de 136 aviões incluindo modelos 737-700, 737-800 e 737 MAX 8.
"Uma vez que não recebemos os MAX, criamos dois problemas: menos capacidade e uma grande pressão no lado da manutenção", disse Ferrer, acrescentando que, como resultado dos problemas da cadeia de suprimento, a capacidade da Gol permanece abaixo dos níveis de 2019.
"Isso está restringindo nosso crescimento. Não conseguimos crescer no ritmo que havíamos planejado."
A Reuters reportou na semana passada, citando fontes, que a Boeing sinalizou a fornecedores que os planos de aumentar a produção do 737 seriam cerca de dois meses mais lentos do que o inicialmente previsto.
Os fabricantes de aeronaves têm enfrentado gargalos na cadeia de abastecimento e interrupções de produção. A Gol espera que as aeronaves MAX representem 80% de sua frota até 2028.
(Por Gabriel Araujo)