Investing.com – O mercado reagiu bem ao balanço do Azul (BVMF:AZUL4) mesmo com prejuízo, após a companhia aérea diminuir as perdas em 76,3% na base anual, em meio às discussões sobre os acordos comerciais com arrendadores e fabricantes de aeronaves. Às 13h36 (de Brasília) desta quinta-feira, 14 de novembro, os papéis preferenciais ganhavam 4,04%, cotados a R$5,41.
A Azul apresentou um prejuízo líquido ajustado de R$203 milhões, contra uma perda de R$855,9 milhões no mesmo período do ano passado. A receita atingiu nível recorde e somou R$5,129 bilhões, incremento anual de 4,3%.
O Ebitda ajustado de R$1,653 bilhão, alta anual de 6%, veio 6% superior ao consenso da Bloomberg e 14% maior do que o esperado pelo banco Goldman Sachs (NYSE:GS). “A superação ocorreu principalmente devido às receitas unitárias (RASK) melhores do que o esperado”, disse o banco em relatório. O banco segue com recomendação neutra, com preço-alvo de R$6,80, preferindo exposição à Copa e LATAM na cobertura de companhias aéreas.
A companhia estaria “construindo margens com as próprias mãos”, segundo a Genial, que também indica posição neutra, mas com preço-alvo de R$17. Os números foram avaliados como positivos, principalmente na margem Ebitda, que atingiu 32,2%, enquanto a Genial esperava 29,6%. Além disso, Ebitda e receita também foram boas surpresas.
“Em um cenário desafiador, com pressão cambial e altos custos de combustível, a companhia demonstrou resiliência, compensando esses desafios com maiores volumes operacionais, que ajudaram a diluir custos fixos e por meio de melhorias de eficiência”, destacou a Genial.
Os analistas citaram a diminuição no combustível por ASK, o que ocorreria devido à renovação da frota – aviões mais modernos seriam mais econômicos, compensando a elevação nos preços de querosene para aviação.
“Apesar do aumento da dívida líquida no trimestre, 4,8x Dívida Líquida/EBITDA, impactada principalmente pela alta do dólar, as recentes negociações com bondholders e lessores indicam uma perspectiva positiva para o 1T25”, completa a Genial.
Os analistas ajustaram para cima as projeções de Ebitda ajustado para este ano de R$ 5,7 bilhões para R$ 5,9 bilhões – ainda assim abaixo do guidance da empresa de pelo menos R$6 bilhões.