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Banco ABC Brasil: “O cliente 'middle' ajuda a reduzir nossa exposição a risco”

Publicado 17.08.2022, 15:02
© Banco ABC Brasil
ABCB4
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Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - O Banco ABC Brasil (BVMF:ABCB4) vem trabalhando desde 2019 para ampliar a sua base de clientes e diversificar o seu portfólio de produtos e serviços. A empresa acredta que, aos poucos, esse processo começa a dar resultado e começa a se refletir nos números.

Neste segundo trimestre de 2022, o Banco ABC Brasil atingiu um lucro líquido de R$ 201,7 milhões, (2T22), crescimento de 10,1% em relação ao 122 e de 47,9% em relação ao 2T21. O ROAE do período ficou em 16,6%, uma alta de 110 pontos bases sobre 1T21 e de 430 pontos bases sobre 2T21.

Os clientes "middle", que são o foco dessa nova estratégia de crescimento do banco, apresentaram uma expansão de 12,8% no trimestre e de 34,1% nos últimos 12 meses, correspondente a 8,1% da Carteira de Crédito Expandida. Enquanto isso, o segmento Corporate, teve uma expansão de 20,7% nos últimos 12 meses e representando 56,7% da Carteira de Crédito Expandida.

O Investing.com Brasil conversou com Ricardo Moura, diretor de RI do Banco ABC para entender como a empresa chegou ao patamar do 2T22.

Investing.com - O que podemos destacar sobre o 2T22 do Banco ABC?

Ricardo Moura - Este trimestre é uma foto de um filme que não vende hoje. É um trimestre que está em linha com a estratégia que a gente traçou em 2019 que foca em uma mudança do banco em três aspectos. Primeirom está relacionado com a alteração do mix de clientes, mas não é uma mudança dramática. Estamos focados principalmente em clientes corporativos, mas desde 2019, nós decidimos entrar em um segmento novo de clientes que eram clientes que nós chamamos de "middle", que são clientes que faturam entre R$ 30 milhões e R$ 300 milhões. No momento em que a gente entra nesses clientes, a gente tem a vantagem da  pulverização do risco. 

Inv.Br - Quais são os outros pilares da mudança do banco?

RM - O segundo pilar está relacionado a produtos. A gente era um banco historicamente com portfólio mais reduzido de produtos. A gente vem gradativamente expandindo esse portfólio como, por exemplo, a nossa comercializadora de energia, o crédito consignado privado, o derivativo, que a gente fazia, mas agora estamos fazendo de uma forma mais ativa. Essa adição de produtos contribui de uma forma muito saudável para a margem financeira com clientes. E o terceiro movimento é de trabalhar canais. Nós utilizarmos o nosso balcão para distribuir produtos de terceiros e a corretora de seguros que começou no 3T21 é um ótimo exemplo disso. Também estamos vendendo nossos produtos e serviços através de canais com de canais de terceiros, com a iniciativa chamada ABC-Link, em que nós nos associamos com escritórios parceiros que não são do banco

Inv.Br - E como especificamente isso está ajudando o banco? 

RM - Primeiro, isso tem feito com que o banco consiga crescer a margem com clientes de uma forma muito importante. Segundo, isso ajuda a reduzir nossa exposição a risco, pulverizando a nossa exposição a risco de crédito com ticket médio menor e trazendo novas fontes de receita. Então, nesse 2T22, a nossa margem com clientes continua de forma muito saudável. A receita de serviço chega num nível recorde de R$ 100 milhões, com uma participação muito relevante do banco de investimentos que teve receita recorde no trimestre.

Inv.Br - Mas neste trimestre também houve uma redução da rentabilidade, certo?

RM - A gente nunca investiu tanto. Então a gente acabou de ultrapassar a marca de mil colaboradores, sendo que, antes da pandemia, a gente tinha mais ou menos  650. Então, dentro dessa dinâmica de investimentos, não só em pessoas, mas também em sistemas, nós esperamos que isso suporte a expansão de atividade do banco, seja em produto, seja em cliente, seja em canal. Isso, obviamente, tem uma diluição no curto prazo de rentabilidade, então isso é uma das poucas certezas da vida, né? A morte, os impostos e os custos que vem primeiro.  O que a gente investe hoje acaba trazendo custo e sem trazer a receita na mesma velocidade. A gente ainda acha que tem muita alavancagem operacional para capturar uma série de iniciativas que ainda estão longe do seu potencial. 

Inv.Br - Sobre o segmento "middle", qual é exatamente a estratégia do banco sobre esses clientes?

RM - Hoje, ele é 8% da carteira expandida, mas já é o segmento com o maior número de clientes, pois estávamos com quase 4 mil clientes no final de junho e desse total, cerca de 2,1 mil são clientes do "middle". Esse grupo possui uma representatividade maior da carteira porque o ticket dele é muito mais fragmentado, cerca de R$ 2,4 milhões. Esse aumento também é parcialmente resultado da expansão geográfica, que é um motor de crescimento. 

Inv.Br - Mas existe alguma adaptação na forma de trabalho para se adaptar ao perfil "middle"? 

RM - O perfil do cliente "middle" é bem distinto dos outros perfis corporativos que a gente atende. Então os produtos e o processo de crédito são diferentes. Por exemplo, as esteiras de crédito do "middle" são muito mais automatizadas do que no caso dos outros segmentos. 

Inv.Br - Existe uma preocupação de com o cenário macroeconômico mais adverso vai afetar o crescimento do Banco?

RM - No que nós mais estamos prestando atenção é na questão da qualidade de crédito das empresas. No momento em que você sai de uma taxa de juros de 2% para quase 14%, isso acaba influenciando na capacidade de pagamento daquele cliente. Mas já estamos olhando com atenção para isso há algum tempo, porque isso poderia nos ajudar a crescer muito mais rápido, só que provavelmente isso traria preocupações na qualidade do crédito gerado. Então, é aquela velha história: devagar quando o santo é de barro. A gente crescer com parcimônia, para ter certeza que a originação está sendo feita com responsabilidade e, na parte de provisionamento, o que a gente fez nos dois últimos trimestres foi aumentar o nível de provisão, embora a gente não veja ainda um aumento do atraso 

Inv.Br - E o que podemos esperar do Banco ABC Brasil para a segunda metade do ano?

RM - A nossa estratégia não muda. A gente quer continuar nesse crescimento de base de cliente, na diversificação de linhas de produtos, tendo muita atenção na qualidade de crédito e dando muito enfoque na capacidade de trazer alavancagem operacional para os investimentos que já foram realizados. A ideia é escalar iniciativas novas e diversificar as receitas, diluindo o custo de aquisição.

 

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