Por Tom Hals
(Reuters) - A Bayer (DE:BAYGN) venceu seu primeiro julgamento provocado por alegações de que o herbicida Roundup provoca câncer, depois que um júri do Estado norte-americano da Califórnia decidiu que o produto não foi uma causa substancial de uma forma rara de linfoma não-Hodgkin, informou a empresa na terça-feira.
Destiny Clark alegou que seu filho Ezra desenvolveu um linfoma de Burkitt depois de ser exposto ao Roundup, que ela borrifou em ervas daninhas na residência da família.
Clark processou a Monsanto, de propriedade da Bayer, por não alertá-la dos riscos de câncer decorrentes do uso do Roundup.
O veredicto é o quarto envolvendo o Roundup e o primeiro a favor da empresa.
Processos relacionados ao herbicida assombram a Bayer desde que ela adquiriu a marca como parte de uma compra de 63 bilhões de dólares do negócio de sementes e pesticidas agrícolas da Monsanto em 2018.
Em um comunicado, a Bayer disse que o veredicto é condizente com décadas de ciência e pesquisas que mostram a segurança do glifosato, o principal ingrediente do Roundup.
"Embora tenhamos grande solidariedade por Ezra Clark e sua família, o júri analisou cuidadosamente a ciência aplicável a este caso e determinou que o Roundup não foi a causa de sua doença", disse a companhia.
Um advogado de Clark disse que uma apelação está sendo cogitada.
"Estamos decepcionados pelo menino e por sua família", disse Fletcher Trammel. "Temos vários casos de Roundup pendentes em todo o país no ano que vem e estamos ansiosos para julgá-los".
Dois dos três outros veredictos ainda estão em processo de apelação da Bayer, incluindo um em que a empresa espera seja analisado pela Suprema Corte dos Estados Unidos e no qual uma decisão favorável poderia encerrar os casos relacionados ao Roundup.
A empresa fechou acordos em cerca de 96 mil de aproximadamente 125 mil casos ligados ao seu produto.
(Por Tom Hals em Wilmington, Delaware)