SÃO PAULO (Reuters) - A Biosev (SA:BSEV3), produtora de açúcar e etanol controlada pela empresa de commodities Louis Dreyfus, reportou nesta quarta-feira um prejuízo trimestral de 169 milhões de reais, 66,7% menor em relação ao prejuízo registrado em igual período do ano passado, devido a efeitos positivos do câmbio e por redução de custos, informou a empresa.
A Biosev disse que processou 10,88 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no trimestre, 3,4% a menos que no mesmo período de 2018, em parte por conta de um início tardio da colheita.
A companhia atingiu um recorde para o período de alocação de cana para a produção de etanol, com 66,3%, otimizando suas instalações para produzirem o biocombustível, que atualmente gera retornos financeiros maiores que o açúcar.
O Ebitda ajustado, uma medida de geração de caixa, aumentou 13% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 291 milhões de reais.
"Conseguimos aumentar o Ebitda mesmo moendo menos cana no período, o que mostra o impacto de nossos cortes de custos", disse o presidente-executivo, Juan José Blanchard, em uma breve entrevista para comentar sobre os resultados.
Ele disse que o mix recorde de produção de etanol no trimestre foi possível devido aos recentes investimentos feitos pela empresa para aumentar a capacidade de produção do combustível, com novos equipamentos de destilação em algumas usinas.
Outros no setor, como Raízen e São Martinho, têm menor flexibilidade para produzir mais etanol, disse Biosev.
A unidade da Dreyfus está estocando açúcar para vender adiante, já que tem posições de hedge mais longas.
E não espera uma recuperação nos preços do açúcar em breve.
"O suporte contínuo que a Índia dá ao seu setor de açúcar limitará qualquer alta de preços", disse a diretora comercial Dorothea Soule.
(Por Marcelo Teixeira)