Por Sam Boughedda
Apesar de acreditar que a Boeing (NYSE:BA) divulgará resultados abaixo das expectativas do mercado para o primeiro trimestre, os analistas do Credit Suisse (SIX:CSGN) defendem que a gigante do setor aeroespacial melhorará as projeções de produção/entregas, prevendo um “cenário positivo” no curto prazo.
Os estrategistas do banco elevaram o preço-alvo da ação em US$ 20, para US$ 220, e mantiveram a recomendação neutra, em uma nota enviada aos clientes nesta segunda-feira, 10.
"Nossa previsão é de vendas do 1T/EBIT de segmento/LPA ajustado de US$17,619 mi/32 mi/(1,38), abaixo da estimativa do mercado de US$17,673 mi/393 mi/(0,85)", escreveram, explicando que a previsão de EBIT/LPA se baseava "principalmente na menor lucratividade do segmento de fuselagem larga na BCA e pelo encargo do KC-46 na unidade BDS".
"Esperamos que o fluxo de caixa livre do 1T registre uma saída de US$ 1,96 bilhão, abaixo dos US$ 1,5 bilhão esperados pelo mercado, mas ainda bem melhor do que a saída de US$ 3,6 bilhões do ano passado. A liquidação do estoque do 787 em relação à produção do ano passado é o maior fator de melhora do fluxo de caixa livre", acrescentaram.
Olhando para o futuro, o Credit Suisse espera que a BA reitere suas projeções e que "a administração provavelmente formalize o cronograma de redução da taxa de produção do 737 para 38 por mês juntamente com os resultados divulgados".
Os analistas também revelaram que acreditam que notícias positivas sobre as taxas de produção, juntamente com uma possível extensão do bloqueio no 787, podem melhorar as projeções para 2024/2025 após a divulgação dos resultados, e que essa revisão "torna a BA uma ação valiosa para se ter antes dos resultados", segundo os estrategistas do banco, mesmo que "a redução da taxa de produção já esteja em parte refletida no preço da ação neste momento".
"Indiscutivelmente, a melhor razão para ficar taticamente otimista com o papel é aproveitar o momento que esperamos no Paris Air Show; acreditamos que a combinação da melhor produção/entregas com uma forte exibição de pedidos em Paris pode aumentar a confiança do investidor na trajetória da BA daqui para frente”, prosseguiram.
O Credit Suisse está “taticamente otimista” com a ação, embora considere que o valuation seja um obstáculo.