Investing.com - A bolsa sinaliza uma leve correção na abertura dos mercados em um dia negativo nas bolsas internacionais, sinal fraco de recuperação na economia e noticiário ameno político-corporativo influenciando as ações.
O Ibovespa Futuros opera com perdas de 0,5% a 69.194 e indica um possível fim de rali de quatro dias do Ibovespa, que fechou ontem acima dos 68.500 pontos, após ganhos acumulados de 2,3%.
Ontem, a responsável da S&P da análise do rating brasileiro, Lisa Schineller, afirmou que a reforma da Previdência será determinante para a nota. Se o texto acabar sendo muito diluído pelo Congresso, o Brasil será rebaixado ainda este ano. Caso a reforma tenho um bom impacto de redução de custos - com idade mínima e revisão de benefícios desproporcionais - o país poderá ter upgrade na perspectiva.
A dificuldade do governo reside na resistência dos parlamentares de aprovar textos contrários ao interesse dos empresários - como a TLP e a reoneração - e do funcionalismo. Para contornar o desejo fisiológico do Centrão, necessário para as reformas e a rejeição da permissão para investigação da denúncia de corrupção contra Michel Temer, o governo negocia cargos de 2º e 3ª escalão para cerca de 40 deputados.
Na terça-feira, logo após a divulgação da revisão do aumento do rombo fiscal para R$ 159 bilhões em 2017 e 2018, a S&P alterou a perspectiva da nota para o negativo, sinalizando que dará mais tempo ao Brasil para que encaminhe as propostas prometidas.
A ampliação do rombo fiscal foi necessário, em grande parte, pela queda da arrecadação provocada pela fraqueza da economia brasileira, segundo o governo. E os dados do IBC-Br de hoje podem voltar a preocupar.
O índice que mostra a atividade econômica do país avançou 0,5% em junho frente a maio, em dados ajustados, abaixo da mediana do mercado em 0,62%. No segundo trimestre, o avanço é de 0,25%. A comparação com o ano passado ainda é fraca, com queda de 0,56 frente a junho de 2016.
No exterior, o dia é de bolsas majoritariamente no negativo ainda repercutindo a ata da última reunião do Fed publicada ontem, que sinalizou maior preocupação com a baixa inflação dos EUA, o que reduziu as apostas em altas de juros.
Hoje, pela manhã, a ata do BCE mostrou que os diretores do banco estão preocupados com o fortalecimento do euro.
Commodities
O petróleo opera em baixa de 0,5%, a US$ 46,55 o barril, nos EUA e com perdas de 0,3%, US$ 50,10 o barril, no Brent, em Londres, ainda repercutindo o recorde de produção norte-americano e aumentos dos {{ecl-485-estoques de gasolina}} do país, que ofuscaram ontem o grande recuo nos estoques de petróleo.
O minério de ferro registrou forte avanço de 5,7% nos contratos futuros negociados em Dalian, a 555 iuanes a tonelada. Em Qingdao, a commoditiy para entrega spot avançou 3,3% a US$ 75,41 a tonelada. Em Xangai, o contrato mais negociado do vergalhão de aço para janeiro subiu 2,1% a 3.809 iuanes a tonelada.
Mundo corporativo
A Cemig (SA:CMIG4) tem a expectativa de fechar um acordo com governo federal até o início da próxima semana sobre as usinas hidrelétricas que tiveram seus contratos expirados. O governo quer leiloar em 27 de setembro as usinas São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande, que somam 2,922 gigawatts em capacidade instalada e representam quase 50 por cento do parque gerador da companhia.
A Eletrobras (SA:ELET3) deverá ter que devolver cerca de R$ 3 bilhões a um fundo do setor elétrico. Segundo a Bloomberg, a companhia avalia abrir o capital de sua unidade de transmissão.
Com Reuters