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Bovespa cai 1% pressionada por Petrobras e bancos após decisão da Moody's

Publicado 10.12.2015, 18:08
Atualizado 10.12.2015, 18:10
© Reuters.  Bovespa cai 1% pressionada por Petrobras e bancos após decisão da Moody's
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, pressionado particularmente por ações da Petrobras (SA:PETR4) e do setor financeiro, após Moody's colocar a nota de crédito do Brasil em revisão para eventual rebaixamento e cortar o rating da petrolífera.

O quadro político tenso e as incertezas sobre o pedido de abertura do processo de impeachment seguiram adicionando volatilidade aos negócios, reforçando o movimento de correção após os fortes ganhos da véspera.

O Ibovespa caiu 1,04 por cento, a 45.630 pontos. Na quarta-feira, o índice subiu 3,75 por cento.

O volume financeiro somou 5,96 bilhões de reais.

Na véspera, a agência de classificação de risco a Moody's colocou a nota do Brasil, atualmente em "Baa3", em revisão para rebaixamento, deixando o país mais perto de perder o selo de bom pagador pela segunda grande agência de rating.

Segundo a Moody's, a decisão é consequência da acelerada deterioração das condições macroeconômicas e das tendências fiscais do país. Em comunicado, a agência citou ainda o risco de paralisia política.

Para profissionais do mercado financeiro, a perspectiva de que o país seguirá, no curto prazo, com fundamentos econômicos fragilizados e ambiente político conturbado mantém a pressão sobre os ativos.

Mas, conforme esses profissionais, a possibilidade de uma mudança no cenário político do país traz alento, pois poderia levar a uma melhora das perspectivas para o Brasil e seus ativos.

DESTAQUES

=BRADESCO caiu 4,33 por cento e ITAÚ UNIBANCO cedeu 0,59 por cento, após ganhos significativos na véspera, com a volta de especulações sobre a tributação de alguns investimentos, como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), servindo de motivo para vendas. BANCO DO BRASIL, que disparou 10 por cento na quarta-feira, fechou em baixa de 4,26 por cento, mesmo após divulgar recompra de bônus com impacto positivo de 210 milhões no resultado do quarto trimestre. Conforme analistas BTG Pactual (SA:BBTG11), a chance de tributação em LCAs e LCIs é uma notícia ruim para os bancos que mais emitem esses títulos, principalmente bancos públicos.

=PETROBRAS encerrou com queda de 2,61 por cento nas preferenciais, tendo como pano de fundo a queda dos preços do petróleo ao longo do dia e corte da sua nota de crédito pela Moody's na véspera. Também repercutiram declarações do presidente da estatal, Aldemir Bendine, em entrevista à agência Bloomberg, de que a companhia planeja levantar até 20 bilhões de dólares em 2016.

=BR PROPERTIES fechou com variação negativa de 0,24 por cento, a 8,27 reais, em sessão com leilão de venda de papéis de empresa de investimentos em imóveis comerciais, no qual as ações saíram a 8,27 reais, movimentando cerca de 530 milhões de reais. A BR Properties (SA:BRPR3) teve seu rating rebaixado para "BB-", ante "BB (SA:BBAS3)" pela Stantard & Poor's na véspera.

=GOL caiu 4,84 por cento e ficou entre as maiores quedas do dia, em movimento reforçado por corte na recomendação da ação pelo Credit Suisse de "neutra" para "underperform".

=VALE terminou com as preferenciais em alta de quase 4 por cento, na máxima do dia, mesmo após nova queda do minério de ferro na China, a 37,50 dólares a tonelada.

=TELEFÔNICA BRASIL avançou 1,25 por cento, após o Conselho de Administração da empresa aprovar programa de recompra de ações. Os papéis ordinários, que não estão no índice, subiram 3,14 por cento.

=MAGAZINE LUIZA, que não faz parte do Ibovespa, fechou em alta de ,81 por cento, após declarações da presidente do Conselho de Administração da varejista, Luiza Helena Trajano, de que pode considerar fechar o capital da companhia. Na máxima, subiu quase 12 por cento.

=BTG PACTUAL, que também não está no Ibovespa, perdeu 8,47 por cento, tendo renovado mínima intradia histórica, no pior momento nesta manhã, ainda pressionado por temores sobre o rumo do grupo financeiro após a prisão do seu ex-acionista controlador e fundador, André Esteves. Desde a prisão de Esteves, no dia 25 de novembro, as units do grupo caíram 60 por cento.

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