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Bovespa cai 2,58% e renova mínima desde 2009, por apreensão com China

Publicado 07.01.2016, 19:10
Atualizado 07.01.2016, 19:20
© Reuters.  Bovespa cai 2,58% e renova mínima desde 2009, por apreensão com China
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice abaixo de 41 mil pontos nesta quinta-feira, renovando a mínima em quase sete anos, no terceiro recuo em quatro pregões, com a apreensão em relação à economia chinesa minando os mercados financeiros globais.

Dados sobre a produção industrial e o setor automobilístico no Brasil, que reforçaram o cenário de debilidade econômica doméstica, endossaram as perdas.

O Ibovespa caiu 2,58 por cento, a 40.694 pontos. Trata-se do menor nível desde 30 de março de 2009. No ano, o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumula perda de 6,13 por cento.

O volume financeiro da sessão somou 6,04 bilhões de reais.

Na China, o dia foi de fortes perdas nas bolsas, com o mecanismo de circuit breaker sendo acionado pela segunda vez na semana, após Pequim permitir nova desvalorização do iuan e alimentar temor sobre a desaceleração econômica.

O noticiário doméstico endossou as vendas, com dados de novembro da produção industrial apontando queda de mais de 8 por cento em 2015, enquanto a indústria automobilística divulgou forte queda na produção e nas vendas no ano passado.

DESTAQUES

=VALE encerrou com declínio de quase 6 por cento nas preferenciais de classe A e nos papéis ordinários, em meio a preocupações sobre a economia chinesa, seu maior mercado. Analistas do UBS cortaram o preço-alvo do ADR (recibo de ação negociado nos Estados Unidos) da mineradora de 5,30 para 3,40 dólares, mantendo recomendação "neutra", e citaram que com os preços atuais do minério, o Ebitda da Vale estimado para 2016 pode não ser suficiente para cobrir compromissos de caixa de mais de 4 bilhões de dólares. A estimativa do Ebitda ajuda a dar uma ideia do fluxo de caixa da companhia.

=USIMINAS caiu 5,74 por cento, em nova sessão de perdas do setor siderúrgico, que também está sendo afetado por temores sobre a China e pelo desempenho da indústria automobilística doméstica. Além disso, o Itaú BBA reduziu o preço-alvo da ação de 5 reais para 1,50 real, citando ajustes em seu modelo para incorporar o fechamento da fábrica de Cubatão, volumes mais fracos estimados para o mercado doméstico em 2016 e novas premissas macroeconômicas, incluindo um real mais fraco. A recomendação "underperform" foi mantida.

=BRF recuou quase 4 por cento e a AMBEV (SA:ABEV3) caiu 2,66 por cento, também pesando no Ibovespa dada a relevante fatia que detêm no índice, em meio a preocupações com consumo.

=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 2,19 por cento e as ações ordinárias em baixa de 2,85 por cento, na esteira do declínio dos preços do petróleo, que chegaram a ir abaixo de 33 dólares, embora tenham reduzido as perdas no final. Também repercutiu a notícia de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou indícios de que o atual presidente da petroleira, Aldemir Bendine, participou de suposto esquema ilícito de compra de debêntures da empresa OAS quando presidia o Banco do Brasil (SA:BBAS3), segundo reportagem do O Estado de S. Paulo.

=JBS avançou 5,77 cento, recuperando-se de forte queda na véspera, de mais de 9 por cento. O Itaú BBA divulgou relatório com estimativas de um resultado trimestral mais fraco no quarto trimestre da maior produtora de carnes do mundo, mas com os analistas se dizendo confiantes quanto a uma recuperação nas margens de negócios nos Estados Unidos em 2016.

=OI fechou com alta de 3,66 por cento, revertendo nos ajustes as perdas registradas em boa parte da sessão, em meio à notícia de que a operadora de telecomunicações iniciou conversas com a rival TIM para uma potencial fusão, conforme disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto. A ação da TIM acelerou as perdas depois da divulgação da notícia e fechou em queda 2,53 por cento.

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