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Bovespa cai 3% e bate mínima desde 2009 com aversão global a risco por China

Publicado 24.08.2015, 17:57
© Reuters. Um homem passa em frente a painel com cotações na BM&F Bovespa
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO, (Reuters) - A Bovespa fechou a segunda-feira com o seu principal índice em queda de 3 por cento e no menor patamar em mais de seis anos, afetado pela onda de aversão a risco nos mercados globais, devido a temores crescentes com a economia chinesa.

O Ibovespa caiu 3,03 por cento, a 44.336 pontos, menor nível desde 8 de abril de 2009. O giro financeiro totalizou 8,2 bilhões de reais, acima da média diária do ano de 6,7 bilhões de reais.

No pior momento, logo após a abertura, o índice de referência do mercado acionário brasileiro desabou 6,50 por cento, caindo abaixo de 43 mil pontos.

A reação na bolsa brasileira acompanhou a redução das perdas nas praças acionárias no exterior, que voltaram a perder fôlego no final do pregão, mas ainda assim fecharam acima das mínimas do dia.

Nos Estados Unidos, o S&P (SPX) fechou em queda de 3,94 por cento, após recuar mais de 5 por cento no pior momento do dia. Na Europa, o FTSEurofirst 300 recuou 5,44 por cento.

A liquidação de ativos de risco como ações e commodities foi deflagrada por nova queda acentuada nas bolsas chinesas, visto que as medidas do governo para frear a desaceleração da atividade da segunda maior economia do mundo não têm surtido efeito.

O índice da bolsa de Xangai caiu 8,5 por cento.

"Passado o 'modo pânico', a bolsa tende a reagir um pouco conforme os investidores começam a fazer contas", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco estrangeiro em São Paulo, que pediu para não ser identificado.

O quadro político doméstico também esteve no radar, com anúncio de que o governo federal fará uma reforma administrativa que deve incluir a redução de 10 dos 39 ministérios existentes, entre outras medidas.

Também repercutiu a saída do vice-presidente Michel Temer da articulação política do governo, segundo disse à Reuters uma fonte próxima ao setor de articulação do Planalto.

DESTAQUES

=VALE (SA:VALE5) (SA:VALE3) fechou com queda de 7,96 por cento nas preferenciais de classe A, em meio a temores sobre a China, uma vez que uma desaceleração mais forte naquele país tende a impactar negativamente os preços de commodities. Os preços do minério de ferro na China recuaram nesta segunda-feira, com os contratos futuros atingindo limite diário de queda. Na mínima, Vale PNA caiu 11,6 por cento.

=USIMINAS (SA:USIM5) caiu mais de 10 por cento, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa, também afetada pelas apreensões ligadas à economia chinesa, com relatórios do Itaú (SA:ITSA4) BBA e do Credit Suisse negativos sobre o setor siderúrgico. No caso do Itaú BBA, o analista abre sua análise afirmando que boas notícias para as siderúrgicas e mineradoras brasileiras são improváveis por ora. CSN (SA:CSNA3) perdeu 7,21 por cento e GERDAU (SA:GGBR4) cedeu 7,38 por cento.

=PETROBRAS (SA:PETR4) (SA:PETR3) encerrou com recuo de 6,51 por cento nas preferenciais em meio ao declínio acentuado dos preços do petróleo no exterior. Na mínima da sessão, a Petrobras PN chegou a recuar mais de 9 por cento.

=ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4) também devolveu parte das perdas e fechou o dia em baixa de 1,97 por cento, enquanto o BRADESCO (SA:BBDC4) encerrou em queda de 1,76 por cento.

=TIM PARTICIPAÇÕES (SA:TIMP3) recuou 6,33 por cento, também afetada pela notícia de que a TELEFÔNICA BRASIL não está mais disposta a fatiar a companhia controlada pela Telecom Italia e mira a Sky, do grupo AT&T, segundo reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira.

© Reuters. Um homem passa em frente a painel com cotações na BM&F Bovespa

=OI caiu 9,67 por cento, com o Credit Suisse avaliando, em nota a clientes, que a notícia sobre a Telfônica Brasil também é negativa para a operadora, pois uma potencial compra da empresa não é mencionada. Além disso, o Goldman Sachs cortou previsões e o preço-alvo do ADR (recibo de ação negociado nos EUA) da empresa de 1,60 para 0,60 dólar, citando que a estratégia da empresa de preservar a lucratividade e o caixa no curto prazo vai gerar impacto negativo nos resultados do médio e longo prazos.

=NATURA avançou 2,18 por cento e CIA HERING ganhou 1,17 por cento, as únicas ações a fecharem no azul. Ambas estão na lista de papéis difíceis de encontrar para alugar, o que pode amparar a alta das mesmas. No caso da Cia Hering (SA:HGTX3), há também o efeito da notícia recente de que a gestora Gávea Investimentos ampliou para 5,32 por cento sua participação nas ações da varejista.

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