Em um pivô estratégico, o novo CEO da BP, Murray Auchincloss, implementou um congelamento de contratações e suspendeu o lançamento de novos projetos eólicos offshore. Essa mudança de foco visa atender às preocupações dos investidores sobre o plano de transição energética da empresa. A decisão de desacelerar o investimento em iniciativas de grande escala e baixo carbono, particularmente eólica offshore, decorre da necessidade de se concentrar em projetos que não gerarão caixa por algum tempo.
A abordagem de Auchincloss marca um afastamento do caminho traçado pelo ex-CEO Bernard Looney, que vinha afastando a empresa dos combustíveis fósseis. No entanto, essa mudança resultou em um declínio no valor das ações da BP à medida que os retornos renováveis diminuíram, enquanto os lucros de petróleo e gás aumentaram após a pandemia de COVID-19 e após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A empresa redirecionou a equipe de busca de novos empreendimentos renováveis para se concentrar em projetos eólicos offshore existentes na Grã-Bretanha e na Alemanha. Auchincloss, juntamente com a CFO Kate Thomson, priorizou investimentos em ativos de petróleo e gás, particularmente no Golfo do México e nas bacias de xisto terrestre dos EUA, onde a BP tem operações significativas.
A BP também está considerando investimentos em biocombustíveis e certos negócios de baixo carbono que podem gerar retornos de curto prazo. Nesta semana, a empresa adquiriu 50% da BP Bunge Bioenergia, joint venture brasileira de açúcar e etanol, por US$ 1,4 bilhão.
Prevêem-se alguns cortes de postos de trabalho no sector das energias renováveis, embora não tenham sido divulgados números específicos. O congelamento de contratações na BP é de toda a empresa, com exceções para o pessoal da linha de frente e segurança.
Desde que assumiu o comando em janeiro, Auchincloss se comprometeu com uma abordagem pragmática, que inclui uma iniciativa de economia de custos de US$ 2 bilhões a ser alcançada até o final de 2026 em comparação com 2023. Essa estratégia também levou a uma redução na equipe de liderança executiva.
O comunicado da BP destacou as seis prioridades da Auchincloss para transformar a empresa em uma entidade mais simples, focada e de maior valor, enfatizando projetos de eficiência e crescimento.
Anja-Isabel Dotzenrath, que havia sido contratada por Looney para liderar a divisão de renováveis e gás, deixou o cargo em abril. William Lin, um executivo de longa data da BP, deve sucedê-la e deve se concentrar mais nas operações de gás.
A pressão dos investidores sobre a BP aumentou à medida que as ações da empresa ficaram atrás dos concorrentes, levando a especulações sobre uma potencial aquisição. Isso obrigou Auchincloss a tranquilizar os investidores que estão equilibrando o objetivo de longo prazo de descarbonização com a atual demanda crescente por combustíveis fósseis.
Em 2023, a BP investiu US$ 2,5 bilhões em renováveis, hidrogênio, carregamento de veículos elétricos e biocombustíveis, o que fez parte de um gasto total de capital de US$ 16 bilhões. No entanto, a empresa revisou sua meta de reduzir a produção de petróleo e gás de 40% para 25% até 2030, mantendo suas metas de energia renovável.
Nas últimas semanas, a BP também renovou sua divisão de fusões e aquisições, fundindo-a com a divisão de desenvolvimento de negócios sob Sam Skerry. Além disso, a empresa vem contratando novos funcionários para sua equipe de exploração, liderada por Bryan Ritchie desde maio, para reforçar suas reservas e sustentar ou aumentar os níveis de produção. Isso inclui um foco no desenvolvimento de novos campos, como as descobertas de Kaskida, Tibre e Gila no Golfo do México.
Por fim, a BP informou ter 18 bilhões de barris de óleo e gás equivalente em recursos, o que poderia suportar seus níveis atuais de produção por 20 anos dentro de suas metas de retorno.
A Reuters contribuiu para este artigo.Essa notícia foi traduzida com a ajuda de inteligência artificial. Para mais informação, veja nossos Termos de Uso.