O banco de investimento BR Partners (BVMF:BRBI11) conseguiu recordes de lucro e receita em seus resultados financeiros este do ano, ajudado pelo recorde de emissões de renda fixa no mercado e assessoria de fusões e aquisições, além de participar em reestruturação de dívidas de empresas. No segundo trimestre, o lucro liquido foi de R$ 52 milhões, aumento de 34% em relação ao mesmo período de 2023.
A receita total do banco somou R$ 142 milhões no segundo trimestre, aumento de 37% em 12 meses. O retorno sobre o patrimônio chegou a 24,9% ante 19,4% de um ano antes.
A melhora do resultado do banco veio da assessoria financeira a 26 emissões neste ano, que somaram R$ 4,2 bilhões na área de mercado de capitais, expansão de 148%. Em gestão de ativos, com foco em grandes fortunas, encerrou junho com R$ 3,3 bilhões, crescimento de 21% em 12 meses. Só no semestre, o banco atraiu R$ 570 milhões.
O diretor de Relações com Investidores e Assuntos Institucionais do banco, Vinícius Carmona, conta que a demanda aquecida de gestoras por ativos de empresas está estimulando a emissão de papéis de renda fixa. Por sua vez, a melhora da qualidade dos ativos das companhias, após reestruturações recentes, está ajudando a reduzir o custo de captação, que também cai com a demanda forte.
Incluindo a participação em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) e reestruturação de empresas, o BR Partners participou de nove operações, que transacionaram R$ 14 bilhões, expansão de 38% em 12 meses. Entre os negócios, o banco que participou está a aliança da Amil com a Dasa para criar a segunda maior rede de hospitais do Brasil.
"O M&A voltou. O mercado de maneira geral melhorou. Não é um ano tão ativo como 2021, com juro real negativo, mas está muito bom", disse o executivo.
Estreia em letra financeira
O BR Partners resolveu aproveitar a demanda no mercado para estrear no mercado de letras financeiras subordinadas, que podem ser usadas para constituir a base de capital do banco. No mês passado, fez uma emissão de R$ 160 milhões, com prazo de 10 anos. "Foi nossa primeira emissão do tipo", conta o executivo.
Carmona ressalta que o banco atraiu 10 grandes investidores institucionais, dos quais parte deles o banco estreou relacionamento. "Não foi para compor o índice de Basileia, mas foi institucionalmente muito importante e a custos competitivos." Com a emissão, o prazo dos passivos do banco vai aumentar.
O índice de Basileia, um das medidas de capitalização e solvência dos bancos, terminou junho em 18,1%, ante 18,6% do segundo trimestre de 2023, acima do mínimo exigido pelo BC. Com a captação, o indicador deve subir no terceiro trimestre.