Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O mercado parece ter visto com bons olhos o desenrolar da relação entre a Marfrig (SA:MRFG3) e a BRF (SA:BRFS3), agora que o comando da empresa foi passado para as mãos do seu maior acionista.
A mudança aconteceu quando os acionistas elegeram, na assembleia geral da BRF de segunda-feira, 28, a chapa formada pela Marfrig no conselho de administração da dona da Sadia e da Perdigão. Assim, o controle da empresa passou para o frigorífico, que detém 33,25% das suas ações.
Dos dez candidatos, nove foram escolhidos pela Marfrig: Marcos Molina, Sergio Rial, Augusto Cruz, Márcia Marçal dos Santos, Eduardo Pocetti, Flávia Bittencourt, Pedro de Camargo Neto, Altamir Batista da Silva e Deborah Vieitas. O décimo membro do conselho será Aldo Mendes, indicado após acordo entre a Marfrig e a Previ.
Na terça-feira, 29, após a divulgação do comunicado da assembleia da BRF, as ações da Marfrig subiram 2%, a R$ 21,40, enquanto as da BRF dispararam 4,49%, a R$ 18,17. Os papéis estiveram entre as maiores altas do pregão.
Hoja, às 13h53, os papéis da Marfrig avançavam 0,79%, a R$ 21,57, enquanto os da BRF caem 0,55%, a R$ 18,07. O Ibovespa operava em leve alta (0,18%), aos 120.232 pontos.
As indicações dos conselheiros por parte da Marfrig foram pouco precificadas desde o seu anúncio no dia 23 de fevereiro, segundo o Itaú BBA. Porém, o banco destaca que a eleição passou por uma votação quase unânime, com a aprovação de 98% dos presentes na assembleia. Na visão do Itaú BBA, isso significa que haverá um alinhamento no processo decisório da empresa daqui para frente.
Além disso, para Bruno Madruga, sócio e Head de Renda Variável da Monte Bravo Investimentos, as duas companhias possuem bastante sinergia e isso possibilita que elas se transformem em uma grande empresa do setor de alimentos. “O maior beneficiado neste momento desse movimento é a BRF”, avalia,
Outro item que explica a disparada nos preços das ações da BRF é a queda nos preços do milho, na avaliação de Madruga, já que o grão é um dos principais custos da companhia, por ser servir de insumo para a criação de frangos e suínos.
Para o futuro, o especialista levanta dúvidas sobre como a mudança no controle da BRF irá afetar a cultura da empresa: “A gente sabe que a cultura corporativa da Marfrig é bem representativa e como maior acionista, naturalmente, vai querer impor as suas ideias a partir de agora”. Porém, ele afirma que ainda é muito cedo para saber do impacto da mudanças que virão com mais detalhes.