BRF concluirá compra de fábrica na China nos próximos dias e aguarda grande safra de milho

Publicado 29.04.2025, 14:59
Atualizado 29.04.2025, 15:01
© Reuters. Logos da BRFn01/10/2019nREUTERS/Rodolfo Buhrer

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A BRF (BVMF:BRFS3), uma das maiores processadoras de carnes de frango e suína do mundo, espera concluir nos próximos dias a operação de compra de uma fábrica em Henan, na China, que deve começar a produzir em maio sob a gestão da companhia brasileira, disse a Reuters o diretor vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da empresa, Fabio Mariano.

O anúncio da aquisição por R$460 milhões -- montante que engloba investimentos -- foi feito em novembro do ano passado. O movimento marca a entrada da BRF como produtora na China, maior mercado para carnes do Brasil.

A unidade adquirida conta com duas linhas de processamento de alimentos, que deverão ter a capacidade dobrada para cerca de 60 mil toneladas por ano, após a conclusão dos investimentos, segundo anúncio anterior da companhia.

"Ainda não estamos operando. Estamos no procedimento de fechar, você precisa cumprir questões precedentes nesse tipo de negócio, e a gente espera fechar esta semana e passar a ser dono", disse Mariano, durante o Web Summit Rio.

"Começar a produzir é rápido, em algumas semanas. No segundo trimestre já vai estar operando... maio é possível", adicionou ele.

A previsão inicial era de que a BRF operasse a fábrica ainda no primeiro trimestre.

A produção, segundo o executivo, entrará em um fase de "ramp-up" em breve até atingir a sua plena capacidade. Ele não deu um prazo.

O objetivo da BRF é focar na produção de produtos processados na unidade chinesa, inicialmente empanados de frango.

"O mais importante de tudo é estar na China, marcar uma presença local porque é país continental que a gente tem bastante comércio. E tem alinhamento com a estratégia que é produzir produto processado", afirmou ele.

Depois, a BRF deve produzir hambúrguer de carne bovina para atender grandes redes de fast food estabelecidas no mercado chinês.

"Podemos importar matéria-prima do Brasil e levar pra China. A ideia é adicionar valor. A linha lá é para a categoria de empanados, e a gente tem a pretensão de investir numa linha de hambúrguer, também é ter uma oferta das cadeias de restaurantes como McDonald’s (NYSE:MCD) e outros", adicionou.

Em outro movimento internacional, a companhia brasileira anunciou neste mês, juntamente com a Halal Products Development Company (HPDC), um investimento de US$160 milhões em uma nova fábrica de alimentos na Arábia Saudita.

Segundo Mariano, o benefício da produção dessa unidade será colhido a partir de 2027.

"É uma planta também de produto processado como a planta da China, só que lá vamos produzir o portfólio de frango e hambúrger, e é para servir o mercado saudita", disse.

SAFRA NO BRASIL

O executivo também falou de perspectivas favoráveis para a safra brasileira de milho, mais importante insumo para a BRF.

Ele disse que a empresa está empenhada em fazer uma aquisição robusta o grão na "safrinha", cuja colheita representa cerca de 75% da produção de milho do Brasil e deve chegar ao mercado em meados do ano.

"Estamos convictos de que nossa estratégia este ano vai dar certo, que é de adquirir bastante milho na safrinha, vem bastante milho na safrinha, acreditamos em mais de 100 milhões de toneladas", afirmou.

A projeção é superior ao estimado pela estatal Conab, que previu no início do mês um volume de cerca de 98 milhões de toneladas.

"Vamos comprar de maneira desproporcional na colheita da safrinha do Brasil, na janela que começa em maio, talvez, e vai até julho ou agosto", frisou.

 

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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