Por Luciano Costa e Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - A canadense Brookfield Asset Management (TO:BAMa) acertou a compra do controle da Renova Energia (SA:RNEW11), empresa de geração renovável da mineira Cemig (SA:CMIG4) e da Light (SA:LIGT3), disse à Reuters nesta sexta-feira uma fonte com conhecimento direto do assunto.
O negócio envolverá a aquisição pela Brookfield de toda a participação da Light na Renova, além da injeção de 800 milhões de reais na companhia, o que diluiria parcialmente os demais acionistas.
A fonte, que falou sob a condição de anonimato, disse que o acordo define que a Brookfield será responsável pela gestão da Renova e indicará os diretores.
"O negócio para vender o controle à Brookfield foi concluído e vai ser aprovado na próxima reunião do Conselho de Administração da Renova e dos controladores", disse a fonte, acrescentando que o encontro do colegiado está previsto para a próxima semana.
A Light tem 20,3 por cento da Renova, enquanto a Cemig detém 44,2 por cento.
O valor de mercado da Renova é de cerca de 1 bilhão de reais, segundo dados da Thomson Reuters.
A fonte não comentou o valor total da aquisição.
Procuradas, Renova, Brookfield e Cemig não responderam imediatamente a pedidos de comentário.
A Light disse que "as conversas com os potenciais interessados continuam" e que "manterá o mercado informado de qualquer avanço relevante em negociações".
De acordo com a fonte, a Brookfield também vai pagar mais 120 milhões de dólares à Renova por ações que a empresa detém na controladora de ativos renováveis TerraForm Global.
A Brookfield anunciou em março uma transação para a compra de 51 por cento da TerraForm Global por 787 milhões de dólares.
A fonte disse que, com a conclusão das negociações com a Brookfield, o presidente da Renova Energia, Carlos Figueiredo, deverá deixar a companhia.
O executivo é cotado para assumir a presidência da transmissora de energia Taesa, onde a Cemig faz parte do bloco de controle.
Fundada em 2001, a Renova foi comprada por Cemig e Light em 2011, em meio a planos para tornar a companhia um braço de expansão em geração renovável.
Mas os ambiciosos planos de crescimento da Renova esbarraram no elevado endividamento das controladoras e no fracasso ao final de 2015 de uma negociação com a norte-americana SunEdison para uma injeção bilionária de recursos na companhia.
Após a SunEdison entrar em recuperação judicial nos Estados Unidos e desistir do aporte, a Renova passou a buscar um novo sócio e reduziu seus planos de investimentos, além de ter realizado demissões e cancelado projetos.