Investing.com - O BTG Pactual manteve a SulAmérica como Top Pick do setor de saúde, segundo relatório enviado a clientes. Segundo o banco, a empresa possui valuation relativamente atrativo, de 18x P/L em 2021; ganhos robustos em um momento em que isso é raro; e um alto dividend yield, principalmente pela venda da divisão de automóveis para a Allianz (DE:ALVG), o que deve gerar R$ 1,5 bi para a empresa.
Com isso, o banco mantém recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 48, em relatório publicado na quinta-feira (4).
No fechamento de quinta-feira, SULA11 era cotada a R$ 46,80, baixa de 1,5%. No ano, a ação caiu 21,9%, contra queda de 18,87% do Ibovespa.
Como todas as empresas do setor, a SULA enfrentou uma forte queda na frequência (quase 40% nos últimos dois meses), com uma série de procedimentos eletivos postergados. Porém, ao mesmo tempo, desde o início do surto de Covid-19, cerca de 2,8 mil beneficiários foram hospitalizados para tratar a doença, dos quais 1,3 mil em leitos de UTI. Na visão dos analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Eduardo Rosman, responsáveis pelo relatório, os resultados do 2T devem ser sólidos em termos de custo, visto que os procedimentos eletivos que foram adiados irão compensar qualquer aumento de custo causado pela pandemia.
A pandemia trouxe uma tendência que, segundo o BTG (SA:BPAC11), veio para ficar: a telemedicina. Em fevereiro, a companhia teve apenas 500 consultas médicas por chamada de vídeo, enquanto esse número superou a marca de 15 mil em abril. Essa nova tendência deve trazer economia de custos.
Outro fator que deverá ser responsável por redução de custos para a companhia é a maior penetração de sua plataforma de coordenação de saúde, que controla toda a jornada de tratamentos dos beneficiários, que agora já está em cerca de 20% dos planos de saúde da empresa. Orientações médicas corretas devem reduzir as frequências de consultas e as hospitalizações, especialmente por causa de uma abordagem mais preventiva da medicina.
Finalmente, o relatório aponta que a recessão que deve seguir a pandemia de Covid-19 pode impulsionar a contratação do Direto, plano lançado recentemente focado no segmento de tíquete médio.