Investing.com - A eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidir a Câmara dos Deputados deu o fôlego que faltava ao Ibovespa para romper os 55 mil pontos pela primeira vez desde maio de 2015. O índice opera com ganhos de 1,3% aos 55.310 pontos.
O resultado da votação para substituir Eduardo Cunha no comando da Câmara aponta para uma vitória política de Michel Temer, que conseguiu emplacar um aliado e derrotou Rogério Rosso (PSD-DF), apoiado pelo grupo controlado por Cunha conhecido como Centrão.
A avaliação do mercado é que com Maia no comando da pauta da casa aumentam as chances de que sejam aprovadas mais rapidamente as reformas desenhadas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Nos próximos meses, apesar de um ambiente eleitoral nos municípios, o Legislativo terá uma extensa pauta proposta pelo governo, que incluiu a LDO, Orçamento, projeto que limita os gastos do governo, assim como a reforma previdenciária que ainda deverá ser apresentada neste ano.
Na contramão, o Banco Central divulgou queda de 0,5% na atividade econômica, pior que previsão do mercado. Em doze meses, o recuo é de 4,9%.
A bolsa também surfa na maré positiva do exterior com dados mais fortes do mercado de trabalho dos EUA, que registrou 254 mil pedidos de seguro-desemprego na semana passada, abaixo das previsões do mercado. Dow 30 sobe 0,7% e S&P 500, 0,6%, alcançando novos recordes. Nasdaq avança 0,7%.
Na Europa, a principal notícia foi a decisão do Banco da Inglaterra de manter inalterada a taxa de juros do país em 0,5%, contrariando as expectativas do mercado de corte para 0,25%. O banco, contudo, indicou que novas medidas deverão ser anunciadas em sua próxima reunião, em agosto. Dax avançou 1,5%, CAC 40 ganhou 1,2% e o FTSE 100 ficou estável.
Na Bovespa, os bancos disparam com a elevação da recomendação do Credit Suisse. Banco do Brasil (SA:BBAS3) ganha 3,6%, Itausa (SA:ITSA4) (+3,3%), Bradesco (SA:BBDC4) (3%) e Itaú Unibanco (SA:ITUB4) (+2,3%).
A Petrobras (SA:PETR4) opera com ganhos de 1,7% aos R$ 10,81, acompanhando a subida de 2% na cotação do petróleo no mercado internacional. A companhia abriu em forte alta, alcançando os R$ 10,97 pela manhã, mas cedeu com o avançar do pregão. A empresa anunciou ter concluído a emissão de títulos para 2021 e 2026.
A Vale (SA:VALE5) virou para queda após abertura com ganhos e cede 0,5% em dia de baixa no minério de ferro. A commodity perdeu 1% e retornou para a casa dos US$ 58,50/t. A Bradespar (SA:BRAP4) perde 1,3%.
A Usiminas (SA:USIM5) opera com ganhos de 1,4% com a informação de que conseguiu mais prazo para suspensão do pagamento de suas dívidas. Na coluna do Lauro Jardim, no O Globo, o jornalista afirma que a empresa anuncia amanhã alongamento da dívida de R$ 7 bilhões, que passam a ter vencimento médio de seis anos e meio em vez dos cerca de dois atuais. Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) ganha 0,9% e a Gerdau (SA:GGBR4) perde 1,3%. A metalúrgica reafirmou que acredita que reverterá decisão negativa no Carf em quatro processos que somam R$ 4 bilhões em impostos e disse que não fará provisionamento para o caso. CSN (SA:CSNA3) sobe 2%.
Dólar
A moeda opera com perdas de 1% mesmo após a venda de swaps reversos pelo Banco Central. A divisa é negociada a R$ 3,22.
Com a desvalorização do dólar, a Fibria (SA:FIBR3) e a Suzano (SA:SUZB5) registram as maiores perdas do dia no Ibovespa com, respectivamente, -3,3% e -2,1%.