Paris, 24 jan (EFE).- O brasileiro Carlos Ghosn, preso no Japão há mais de dois meses por irregularidades na Nissan, apresentou nesta quinta-feira sua renúncia como presidente da Renault (PA:RENA), horas antes do conselho do grupo francês se reunir para para destitui-lo e nomear uma nova equipe diretiva.
O anúncio da renúncia de Ghosn foi feito pelo ministro da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, que participa do Fórum Econômico de Davos, indicaram à Agência Efe fontes de seu gabinete.
Le Maire confirmou essa renúncia pouco antes da reunião do conselho de administração da empresa em sua sede, às 10h (hora local), nos arredores de Paris para decidir a nova direção da empresa.
O esquema que aparece como o mais provável nos últimos dias é uma presidência não executiva que recairia no até agora "número um" do fabricante de pneus Michelin (PA:MICP), Jean-Dominique Senard.
O direção geral operacional estaria nas mãos, segundo a mesma hipótese, de Thierry Bolloré, que já esteve exercendo essa função em caráter provisório desde a prisão de Ghosn.
O primeiro desafio da nova cúpula da Renault será restabelecer a confiança com Nissan, já que a crise gerada pela detenção do brasileiro em Tóquio, no dia 19 de novembro do ano passado, colocou em evidência os atritos entre os parceiros da aliança que constituem junto com a Mitsubishi.
Os japoneses assumem com dificuldade a atual situação em que a Renault é sua primeira acionista destacada, com 43% do capital, enquanto a Nissan tem unicamente 15% das ações da Renault, e sem direito de voto.
Um mal-estar exacerbado pelo fato de que o principal acionista da Renault seja o Estado francês, que tem 15,01% e 22% dos direitos de voto.