Casas Bahia tem prejuízo 50% menor no 4º tri, vê cenário desafiador por juros

Publicado 13.03.2025, 08:04
Atualizado 13.03.2025, 08:05
© Reuters

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - A Casas Bahia (BVMF:BHIA3) teve prejuízo de R$452 milhões no quarto trimestre, abaixo da perda de R$1 bilhão apurada um ano antes, com aumentos na receita líquida e no desempenho operacional, segundo balanço divulgado na noite de quarta-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da varejista somou R$640 milhões, quatro vezes o montante apurado um ano antes, com a margem Ebitda ajustada passando de 2,2% para 8% na mesma comparação, informou a companhia em relatório de resultados.

A Casas Bahia atribuiu o desempenho à "contínua otimização das despesas", com redução anual de R$384 milhões em gastos com vendas, gerais e administrativas (SG&A). No quarto trimestre, essas despesas recuaram 2,5% ano a ano, para R$1,6 bilhão.

"(O resultado) tem uma tendência de ir melhorando à medida que a gente melhora sequencialmente os resultados operacionais", afirmou o diretor financeiro do grupo, Elcio Ito, à Reuters.

"E a gente precisa avançar ainda mais forte no operacional porque as despesas financeiras podem e devem aumentar pelo aumento das taxas de juros... Então esse é o nosso foco."

O executivo relembrou, no entanto, que as dívidas da companhia foram reperfiladas no ano passado, notando que o primeiro pagamento está marcado para novembro de 2026.

"É um tema para o final do ano que vem em termos de caixa, mas para resultado, vai sendo contabilizada aqui a despesa de juros, colocando um desafio adicional para a gente voltar a gerar lucro, que é o nosso objetivo de fato", afirmou.

O grupo, que também detém a marca Ponto, teve receita líquida de quase R$8 bilhões entre outubro e dezembro, avanço de 7,6% frente ao mesmo período de 2023. As vendas medidas pelo indicador GMV subiram 9,9% no total, com crescimento de 16,1% nas lojas físicas e 17,1% nas vendas mesmas lojas.

As demandas judiciais trabalhistas envolvendo a Casas Bahia somaram R$196 milhões no quarto trimestre, informou a empresa, volume 14% menor do que o observado no mesmo período de 2023.

O fluxo de caixa livre da companhia somou R$1,2 bilhão no trimestre encerrado em dezembro, o maior dos últimos cinco anos da companhia, contra R$721 milhões um ano antes. No acumulado de 2024, essa linha somou R$976 milhões, 50% acima de 2023.

O grupo fechou oito lojas e reduziu quase 60 posições no quarto trimestre, o que será "um pouco do tom" ao longo de 2025, disse o diretor financeiro.

Ito também chamou atenção para a conversão de lojas em megalojas, modelo que traz um "diferencial muito relevante" em termos de aumentos de vendas e percepção do cliente, segundo o executivo.

"Tem algumas quatro, cinco (unidades) que estão aqui na esteira, podem ser mais, isso a gente vai avaliando ao longo do ano", afirmou, ressaltando que a perspectiva é avaliada mês a mês dado o cenário macroeconômico mais incerto.

A empresa informou no comunicado à imprensa que suas prioridades para 2025 incluem a expansão do crediário, o aumento da rentabilidade no comércio eletrônico e o fortalecimento da experiência omnicanal, consolidando as lojas físicas como hubs logísticos e aprimorando a jornada do cliente.

No mês passado, a companhia anunciou o início operacional de seu fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), com um capital inicial de R$300 milhões, buscando otimizar a operação de crediário da companhia.

No quarto trimestre, a carteira ativa de crediário da Casas Bahia atingiu o recorde de R$6,2 bilhões, crescimento de 15% ano a ano, com a inadimplência acima de 90 dias em 8%, uma melhora de 1,4 ponto percentual versus o quarto trimestre de 2023.

"Queremos crescer no crediário com muita atenção nos indicadores de inadimplência, dado um cenário mais desafiador que a gente pode se deparar no ano de 2025", afirmou Ito, notando que tem percebido uma pequena desaceleração no consumo entre o quarto trimestre do ano passado e o início deste ano.

"Diante desta incerteza, que é uma incerteza que a gente vê para o ano, a gente quer estar muito disciplinado nessa execução do plano de transformação... Então a gente vai caminhando com cautela. Acho que mês a mês, janeiro e fevereiro, a gente continuou performando relativamente bem aqui.

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