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CCR e TIM levarão internet para 630 km das rodovias Dutra e Rio-Santos

Publicado 21.08.2023, 17:10
© Reuters CCR e TIM levarão internet para 630 km das rodovias Dutra e Rio-Santos
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A CCR (BVMF:CCRO3) e a TIM (BVMF:TIMS3) firmaram uma parceria para levar a internet 4G para aproximadamente 630 quilômetros de extensão de duas das mais importantes rodovias do Brasil: a Dutra (BR-116) e a Rio-Santos (BR-101). As vias ligam os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e representam o maior eixo rodoviário do País, por onde são transportadas cargas que representam cerca de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

A parceria vai instalar antenas e complementar a cobertura de internet no trecho entre São Paulo e Seropédica (RJ), da Via Dutra; e no trecho entre as cidades de Ubatuba (SP) e do Rio de Janeiro, na Rio-Santos. Por estas regiões, são realizadas mais de 700 mil viagens diárias. As pistas já tinham internet em cerca de 80% do trajeto, mas com buracos de conectividade, seja pena ausência de sinal, seja pela baixa qualidade da conexão, deixando os usuários no escuro em partes do deslocamento. Agora, a previsão é que não haja interrupções.

"Na Dutra, a cobertura é maior. Na Rio-Santos, vemos mais deficiência de internet. É uma situação inconcebível porque estamos falando de um trecho muito importante para o País", afirma o presidente da CCR Rodovias, Eduardo Camargo, em entrevista ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Estamos conversando desde 2019 para montar esse modelo com a TIM. O contrato deve tornar essas as rodovias mais modernas do Brasil, o que começa com conectividade".

A CCR vai investir R$ 15 milhões na cobertura de internet, que é uma das obrigações previstas no contrato de concessão das rodovias. Ao todo, serão instaladas 34 antenas de transmissão, trabalho que ficará a cargo da TIM. A implantação começa neste ano e será concluída no fim de 2024, podendo ficar pronta até antes disso.

Com a internet, os usuários das rodovias poderão acessar pelo celular os serviços de emergências médicas e mecânicas no aplicativo da concessionária, ver imagens de câmeras de segurança e obter informações sobre o tráfego em tempo real. Os serviços ficarão disponíveis mesmo quando o pacote de dados tiver esgotado. A conexão vai complementar também a cobertura das cidades nos entornos das rodovias, como no Vale do Paraíba.

O benefício vale para clientes de todas as operadoras e não só da TIM, pois as teles têm acordos de compartilhamento de redes. "O investimento na construção das redes acontece uma vez só e atende a todas as pessoas que vão passar por lá. Existe uma inteligência na alocação de capital", observa o presidente da TIM, Alberto Griselli.

Pedágio eletrônico

A internet rápida também vai dar suporte ao primeiro sistema de pedágio eletrônico, que começou a funcionar na Rio-Santos, em março. Neste modelo, não há praças com cabines. O pagamento é realizado de forma automática por tags nos para-brisas dos carros ou via leitura da placa. Neste caso, o motorista precisa acessar o aplicativo ou site da concessionária para realizar o pagamento em até 15 dias. Daí o nome "free flow" (fluxo livre). O mesmo sistema será levado para a Via Dutra nos próximos anos.

A CCR instalou três pórticos de cobrança eletrônica que receberão o 5G da TIM (ao longo do trajeto, será 4G). "Seriam três praças convencionais, mas tomamos a decisão de não construir, até porque tinha uma questão ambiental por se tratar de uma área de mata atlântica. Aí implantamos o free flow", conta Camargo. Desde março, 60% da arrecadação da Rio-Santos já ocorre por meio das tags. "A adesão está superior ao imaginado", diz.

Rodovias conectadas

A TIM vem se consolidando no filão de atender as concessionárias, que carregam as obrigações regulatórias de levar internet para as estradas. Ou seja, é um ramo com demanda crescente para os próximos anos. Ao todo, a operadora já firmou contratos referentes a 3 mil quilômetros de rodovias. Neste ano, a tele ganhou um contrato com o Grupo Way Brasil para ativar o 4G em 600 quilômetros de pistas do Mato Grosso do Sul, abrangendo MS-112, BR-158, BR-436 e MS-306. Em outro contrato com a Ecorodovias (BVMF:ECOR3), acertou a cobertura de 850 quilômetros de estradas entre Goiás e Tocantins, pegando toda a extensão das BRs 153, 080 e 414.

Além disso, a conectividade vai servir para destravar negócios para a TIM nos arredores das rodovias, como são os casos de logística e agronegócio, além de outros setores, como turismo e entretenimento, no caso do contrato com a CCR no litoral. "Para nós, as rodovias são algo estratégico. Elas pegam outras verticais de negócios, com o uso industrial da conectividade", diz Griselli. "Na parte de transporte de cargas, esta será a era das viagens inteligentes. O dono da carga vai saber em tempo real onde está o caminhão. Dá muito mais segurança", exemplifica.

A conectividade nas rodovias tem um peso ainda maior no interior do País porque atende as cidades pequenas nos entornos onde há carência de conexão de qualidade. No caso da parceria com a Ecorodovias, as antenas recém-instaladas passaram a atender os municípios de Corumbá e São Luiz do Norte (GO). Em agosto, outras três cidades, Cariri (TO), Talismã (TO) e Estrela do Norte (GO), também terão o sinal do 4G ativado.

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