SÃO PAULO (Reuters) - A Cemig (SA:CMIG4) está seguindo com seu plano de desinvestimentos e espera concluir a venda de suas participações na transmissora Taesa (SA:TAEE11) e outros ativos ainda neste ano, disseram executivos da companhia nesta quarta-feira.
Em teleconferência de resultados, o CEO da Cemig, Reynaldo Passanezi, ressaltou que a estatal mineira deu importantes passos no ano passado com os desinvestimentos na Light (SA:LIGT3) e Renova Energia (SA:RNEW11) --esse último ainda está em fases finais de conclusão.
Segundo ele, a Cemig prosseguirá com as vendas da Taesa, bem como da Aliança Energia (joint venture com a Vale (SA:VALE3)), além de participações na Santo Antônio Energia (concessionária da hidrelétrica Santo Antônio) e Norte Energia (concessionária de Belo Monte).
À Reuters, o diretor financeiro da elétrica, Leonardo Magalhães, disse que a intenção é divulgar ao mercado um plano para a alienação das ações na Taesa, assim como foi feito no ano passado, quando a companhia chegou a lançar um processo competitivo.
"Em 2021, lidamos com a CPI da Cemig, nosso foco acabou sendo distribuído em outros assuntos. Mas isso não mudou nosso interesse e compromisso... Queremos ser bastante transparentes nesse processo, dar oportunidade para todos os potenciais interessados."
Segundo Magalhães, a companhia tem bancos e assessores contratados para auxiliar nesse e em outros desinvestimentos.
Ele avaliou ainda que a geradora renovável Aliança Energia é um ativo que se mostra atrativo ao mercado, uma vez que tem baixo nível de endividamento e geração de caixa elevada.
Já as hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte envolvem conversas mais complexas --a Cemig busca compradores para sua fatia há anos, mas não conseguiu ainda fechar um acordo em condições atrativas, disse.
ENTRADA DE CAIXA
A administração da Cemig ressaltou que as vendas de participações não estratégicas têm por objetivo a realocação de capital para investimentos no Estado de Minas Gerais.
Segundo o diretor financeiro, a companhia continuará aumentando seus aportes na distribuição de energia, ao mesmo tempo em que pretende crescer em geração renovável e transmissão de energia.
No caso da transmissão, a estatal mineira deve participar do próximo leilão do governo, marcado para meados deste ano. A companhia vai se concentrar em disputar os lotes que envolvem projetos em Minas Gerais, disse Magalhães.
(Por Letícia Fucuchima)