Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta terça-feira, em meio ao avanço dos mercados acionários no exterior e à pesquisa Ibope que reforçou o favoritismo do candidato Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da eleição presidencial brasileira.
Às 12:08, o Ibovespa subia 2,0 por cento, a 86.018,07 pontos. O volume financeiro somava 2,34 bilhões de reais.
No exterior, as bolsas na Europa e Estados Unidos encontravam suporte em resultados corporativos, entre eles o do banco Morgan Stanley (NYSE:MS), embora persista a tensão envolvendo a Arábia Saudita e o desaparecimento de um jornalista após entrar no consulado saudita na Turquia.
Os índices norte-americano S&P 500 e o europeu FTSEurofirst 300 subiam cerca de 1 por cento.
Da cena doméstica, levantamento Ibope divulgado na noite de segunda-feira mostrou o candidato do PSL à Presidência com 59 por cento dos votos válidos, enquanto o petista Fernando Haddad obteve 41 por cento, cenário parecido a de outras sondagens recentes.
A equipe da corretora Spinelli disse que também chamou a atenção a taxa de rejeição de Haddad, que chegou a 47 por cento, enquanto Bolsonaro registrou 35 por cento. No entanto, avalia que o mercado acionário brasileiro deve refletir a tendência de fora, dado o quadro sem grandes novidades internamente.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) valorizava-se 2,9 por cento, apesar da fraqueza dos preços do petróleo, ainda na esteira de expectativas mais favoráveis para o Brasil no contexto eleitoral. A petrolífera de controle estatal também assinou com a CNODC, subsidiária da chinesa CNPC, acordo para conclusão das obras da refinaria do Comperj e investimentos no cluster de Marlim, na Bacia de Campos.
- VALE (SA:VALE3) subia 1,2 por cento, engatando o terceiro pregão seguido de alta. O presidente da maior produtora global de minério de ferro, Fabio Schvartsman, disse que a Vale busca atualmente empenhar o seu caixa na política de dividendos, para remuneração de acionistas, e planeja comprar ações de tempos em tempos.
- BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) subia 4,0 por cento, liderando os ganhos dos bancos no Ibovespa, também sensíveis a expectativas eleitorais. BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançava 2,36 por cento, ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) tinha elevação de 1,41 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) avançava 2,37 por cento.
- SMILES ON (SA:SMLS3) avançava 7,1 por cento, em sessão de ajuste, após despencar quase 40 por cento na véspera, quando foi afetada pelo anúncio da sua controladora, a companhia aérea Gol (SA:GOLL4), de que não pretende renovar acordo com a empresa de programa de fidelidades, bem como planeja incorporá-la, dentro de uma ampla reorganização societária. GOL PN valorizava-se 9,0 por cento.
- BB SEGURIDADE (SA:BBSE3) caía 0,16 por cento, entre as poucas quedas do Ibovespa. Com base em dados do setor de seguros acumulados no ano e conhecidos na véspera, a equipe da corretora Brasil Plural (SA:BPFF11) avaliou que a companhia que reúne as operações de seguros e previdência do Banco do Brasil continua tendo problemas para atingir sua previsão para o crescimento dos lucros em 2018. Os analistas, contudo, não descartam que o jogo possa virar neste quarto trimestre.