Investing.com - A oferta pública inicial de ações (IPO na sigla em inglês) da Lyft (NASDAQ:LYFT) foi um sucesso. A empresa conseguiu levantar US$ 2,34 bilhões, com a venda de 32,5 milhões de ações a US$ 72 cada, oferta no patamar superior na faixa de preço, que foi elevada duas vezes.
O último aumento da faixa de preço foi na quarta-feira, de um intervalo de US$ 62 e US$ 68 para US$ 70 a US$ 72, fruto da preocupação de investidores em não perder o maior IPO dos EUA desde o Snap (NYSE:SNAP) em 2017. As ações da empresa de transporte individual de passageiro e principal concorrente do Uber nos EUA começam a ser negociadas no pregão desta sexta-feira em Nova York.
O sucesso da abertura de capital da Lyft indica que muitos investidores estão dispostos a ignorar a incerteza sobre a trajetória da Lyft em relação à lucratividade e sua estratégia para a condução autônoma, por medo de perder uma IPO de tecnologia de perfil tão alto. A Lyft registrou uma perda de US$ 911 milhões em 2018 contra US$ 688 milhões em 2017. A receita para 2018 foi de US$ 2,16 bilhões, o dobro do ano anterior e muito superior a US$ 343 milhões em 2016.
Além disso, o resultado do IPO demonstra que a demanda por ações nos EUA ainda é sólida em meio a um mercado acionário sob perspectiva bear neste ano, devido à de desaceleração das principais economias mundiais, disputas comerciais e o Brexit. Chama mais a atenção que há apetite para papéis de empresas tecnológicas e inovadoras que, com o shutdown do governo norte-americano no início do ano, diminuiu o ritmo de IPOs nos EUA, o que levou o dinheiro dos investidores a se diversificar em empresas inovadoras já negociadas em bolsa, como Amazon (NASDAQ:AMZN), Apple (NASDAQ:AAPL), Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Facebook e Netflix (NASDAQ:NFLX). O reflexo disso é os ganhos nos mercados acionários no trimestre, com o S&P 500, por exemplo, se valorizando por volta de 12% no período.
Esse deve ser um bom presságio para os gostos do Uber e do Pinterest, que também planejam abrir o capital em 2019, mas, como a Lyft, ainda não lucraram.
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- Reuters contribuiu para este reportagem