Por Paola Arosio e Danilo Masoni
MILÃO (Reuters) - A empresa China National Chemical Corp (ChemChina) vai comprar a Pirelli, quinta maior fabricante de pneus do mundo, em um acordo de 7,1 bilhões de euros (7,7 bilhões de dólares) que colocará um dos símbolos da indústria italiana nas mãos de chineses.
O acordo acertado com os acionistas da Pirelli no domingo é o mais recente de uma série de aquisições na Itália por compradores chineses, que podem contar com a vantagem de um euro fraco no momento em que emergem sinais de que a Europa está saindo de uma estagnação econômica.
A oferta será lançada a 15 euros por ação, avaliando o grupo italiano em 7,1 bilhões de euros excluindo uma dívida líquida de quase 1 bilhão de euros ao final de 2014. A ChemChina também tem como objetivo tirar a Pirelli da bolsa de valores.
As ações da Pirelli fecharam acima do preço da oferta, a 15,5 euros, em alta de 1,77 por cento, com alguns operadores citando expectativas de que a ChemChina seja obrigada a elevar sua proposta para atrair os atuais acionistas.
"O sucesso de uma oferta a 15 euros não pode ser dado como certo", disse o Banca Akros em nota.
Se a operação for bem sucedida, a estatal ChemChina terá acesso à tecnologia para fabricar pneus premium, que podem ser vendidos com margens mais altas, e dará à firma italiana um impulso no imenso mercado chinês.
O negócio pode marcar a quinta maior aquisição internacional promovida por uma companhia estatal chinesa, segundo dados da Thomson Reuters, e a primeira aquisição desde que um consórcio liderado pela chinesa MMG comprou a gigante mina de cobre peruana Las Bambas da Glencore (LONDON:GLEN).
Sob os termos propostos, a unidade de fabricação de pneus da ChemChina, a China National Tire & Rubber formará uma joint venture para comprar primeiro os 26,2 por cento que a holding italiana Camfin detém na Pirelli. Depois disso, a empresa lançará uma oferta de aquisição obrigatória pelo restante dos papéis do grupo italiano.
A oferta será lançada por um veículo controlado pelo grupo chinês e com participação de investidores da Camfin, que incluem o chefe da Pirelli, Marco Tronchetti Provera, os bancos italianos UniCredit (MILAN:CRDI) e Intesa Sanpaolo (MILAN:ISP) e a russa Rosneft.
Os novos donos chineses da Pirelli vão escolher um novo presidente de Conselho da empresa enquanto Provera, que começou a trabalhar na companhia italiana em 1986 depois de entrar para a família fundadora da empresa, seguirá como presidente-executivo.
(Reportagem adicional de Denny Thomas e Chen Aizu)