Investing.com - A BYD (SZ:002594), líder em vendas de automóveis na China, comunicou a Megha Engineering and Infrastructures, sua parceira em uma joint venture, que irá adiar seus planos de investir US$ 1 bilhão na fabricação de carros elétricos na Índia, de acordo com um reportagem publicada pela Reuters na última sexta-feira, 28. A decisão veio após sua proposta de investimento passar por uma análise rigorosa pelas autoridades de Nova Déli, conforme duas pessoas a par do assunto.
A Megha, empresa privada da Índia, se associou à chinesa BYD para apresentar uma proposta ao governo indiano em abril para a construção conjunta de carros elétricos no país. No entanto, na revisão inicial, conduzida por autoridades de três ministérios indianos, duas autoridades indianas manifestaram preocupações de segurança em relação ao investimento da empresa chinesa e sinalizaram oposição.
De acordo com fontes não identificadas, houve uma reunião na semana passada, em que a Megha aconselhou a BYD a ter paciência e esperar para ter mais clareza sobre a situação, antes de tomar uma decisão final de desistir do plano de fabricação de veículos elétricos.
A BYD já previa que sua proposta de investimento estaria sujeita a avaliações políticas, devido ao aumento da fiscalização dos investimentos chineses na Índia.
A Índia começou a submeter os investimentos chineses a uma análise mais rigorosa em 2020, após uma série de conflitos envolvendo a fronteira entre os dois países.
Para resolver proativamente essas preocupações, as duas fontes com conhecimento dos planos da BYD revelaram que a empresa tomou medidas para mitigar possíveis problemas com antecedência, propondo que todos os comandos de voz em seus carros sejam disponibilizados em idiomas indianos e que todos os dados dos veículos sejam armazenados na Índia.
A Índia não é o único país que está examinando de forma mais rigorosa os investimentos chineses. Na semana passada, foi relatado que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre a parceria entre a Ford (NYSE:F) e a CATL do país asiático. Os presidentes republicanos do Comitê de Meios e Recursos da Câmara e do Comitê Seletivo escreveram uma carta à Ford afirmando que “a empresa estará se expondo e expondo os contribuintes dos EUA aos caprichos do Partido Comunista Chinês e suas políticas”.
No início desta semana, senadores do Partido Republicano contestaram uma isenção que permitiria às empresas obter materiais de recarga de veículos elétricos de países estrangeiros sem o risco de perder fundos federais. O senador republicano Marco Rubio afirmou que a isenção “prejudica as empresas americanas e permite que concorrentes estrangeiros, especialmente da China, ganhem influência sobre nossa infraestrutura de energia”.