HONG KONG (Reuters) - O grupo chinês HNA rebateu crescentes preocupações de que o enorme conglomerado está enfrentando problemas de liquidez e que poderá ter que se desfazer de algumas aquisições recentes, incluindo participações no Deutsche Bank (DE:DBKGn) e no Hilton (N:HLT).
Zhao Quan, diretor da divisão de turismo da HNA e mais novo integrante do conselho de administração do grupo, afirmou à Reuters nesta sexta-feira que ajustes no portfólio do conglomerado começaram antes e que a empresa não está vendendo participações "às cegas".
O HNA não "começou a liquidar ativos de repente", disse Zhao, acrescentando que a companhia tem se desfeito de ativos não essenciais em linha com a estratégia do grupo. Zhao rejeitou "especulações externas" de que o grupo esteja enfrentando uma "crise de liquidez".
Os comentários do executivo acontecem em meio a uma série de obrigações de pagamento e preocupações sobre custos financeiros crescentes do conglomerado, que entre os investimentos injetou 1,7 bilhão de reais para ter cerca de 24 por cento da companhia aérea brasileira Azul (SA:AZUL4) em 2015, além de obter o controle da concessão do aeroporto do Galeão (RJ) neste ano.
Os dispêndios de 50 bilhões de dólares do HNA em aquisições de ativos nos últimos dois anos levantaram grandes dúvidas sobre a estrutura societária opaca e o nível de endividamento do grupo.
A pressão sobre as finanças do HNA cresceu depois que o governo chinês afirmou aos maiores bancos em junho para avaliar sua exposição ao conglomerado e a um punhado de outras companhias não estatais.
Entre as aquisições do grupo que chamaram mais atenção estão uma participação de 25 por cento do grupo hoteleiro Hilton, por 6,5 bilhões de dólares, e 9,9 por cento do grupo financeiro alemão Deutsche Bank.
Zhao minimizou uma recente fraca avaliação de crédito do grupo produzida pela S&P, sugerindo que a agência de classificação de risco pode ter sido influenciada por "uma pequena quantidade de informações públicas".
(Por Matthew Miller e Julie Zhu)