Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Os resultados do segundo trimestre, divulgados pela Cogna (SA:COGN3) na manhã desta sexta-feira (13), vieram acima das expectativas do mercado, ainda que sigam fracos com os impactos das restrições para combate à pandemia de Covid-19.
De maneira geral, ainda que tenha demonstrado melhora em termos de lucro, os resultados operacionais foram fracos.
Com base nisso, e no atual cenário desafiador, o BTG manteve recomendação Neutra para a ação, “enquanto esperamos por um ponto de inflexão claro para a geração de fluxo de caixa livre da companhia”. O banco rebaixou seu preço-alvo para R$ 3,5, de R$ 4.
A XP Investimentos tem visão semelhante: “Apesar de apreciarmos a melhoria dos resultados da Kroton, ainda é cedo para mudar nossa visão estrutural sobre a companhia, deste modo reiteramos nossa recomendação Neutra e preço algo de R$ 5,1 por ação.”
Para a Ativa Investimentos, que também tem recomendação Neutra para o papel diante das incertezas, com preço-alvo de R$ 5,10, “apesar do cenário desafiador que o setor de educação enfrentou no ano de 2020, por conta da pandemia e do fim do FIES, vemos a reestruturação da Kroton e o crescimento orgânico da Vasta - ensino básico digital - como drivers de crescimento para a companhia”.
A corretora menciona ainda possíveis aquisições para a Vasta, que podem impulsionar sua estratégia de fortalecimento do digital. Como maior risco, porém, a Ativa cita o ainda alto PDD na Kroton, que deve manter resultados fracos.
Após os resultados, por volta das 15h40 (horário de Brasília), a ação da Cogna tinha alta de 1,22%, a R$ 3,31, contra queda de 0,08% do Ibovespa, que operava aos 120.661 pontos.
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A receita líquida de R$ 1,3 bilhão representa queda de 5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, ainda que tenha ficado 7,5% acima das expectativas do BTG e 11% acima da XP..
O Ebitda recorrente, excluindo despesas excepcionais, fica em R$ 330 milhões, número que representa alta anual de 173%, devido a uma base fraca de comparação, mas baixa trimestral de 10%. Em relação à projeção do BTG, o Ebitda ficou 26% acima.
O prejuízo líquido, por sua vez, foi de R$ 20 milhões, ante R$ 140 milhões no 2T20 e melhor do que a estimativa de R$ 84 milhões da XP, devido às melhores margens operacionais da Kroton.
Um dos maiores pontos de preocupação, o fluxo de caixa livre, totalizou R$ 23 milhões, queda de 83% na comparação trimestral e de 81% na comparação anual.
O destaque positivo no balanço da empresa foi a Kroton. Apesar da contração de 11% na última linha, o segmento registrou margens operacionais mais altas. As receitas do segmento presencial despencaram 21% em relação aos mesmos três meses de 2020, devido a uma base de alunos menor, mas as receitas do ensino à distância subiram 18%, com expansão na base de alunos.
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Ainda nessa unidade de negócios, PCLDs menores, redução nas despesas de marketing e os benefícios iniciais das iniciativas de reestruturação impulsionaram o Ebitda para R$ 354 milhões, alta de 267% na comparação anual.
Os segmentos de ensino básico, por sua vez, permaneceram sofrendo com margens pressionadas, assim como no trimestre anterior. Mais uma vez, os números reportados pela Vasta foram um destaque negativo, refletindo a redução na base de alunos. A alavancagem operacional pior também pressionou a lucratividade.
A unidade registrou R$ 141 milhões na última linha, alta de 28% ano a ano. O Ebitda ajustado de -R$24 milhões, porém, reflete alta em custos fixos, despesas gerais e administrativas e PCLD.
A Saber também apresentou resultados fracos, com queda anual de 3% na última linha e de 72,5% no Ebitda.