Cogna tem lucro de R$118,8 mi no 2º tri, com geração de caixa livre e queda no endividamento

Publicado 06.08.2025, 18:32
Atualizado 06.08.2025, 19:35
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Cogna (BVMF:COGN3) reportou nesta quarta-feira um lucro líquido de R$118,8 milhões, revertendo prejuízo de R$8,3 milhões um ano antes, com expansão de dois dígitos na receita das três unidades de negócio e geração de caixa livre.

Em termos ajustados, o lucro saltou quase 253%, totalizando R$178 milhões. Projeções compiladas pela LSEG apontavam lucro líquido de R$110,7 milhões.

A receita líquida da companhia, um dos maiores grupos de educação do país, cresceu 15,5% em relação ao segundo trimestre de 2024, para R$1,66 bilhão, com a divisão de ensino superior Kroton apurando alta de 13,3%, para R$1,2 bilhão.

No primeiro semestre, a captação na graduação apurou um declínio de 3,7%, o que a companhia atribuiu a um número menor de alunos do Prouni (programa federal que oferece bolsas de educação superior). A receita na captação, porém, subiu 17%.

O ticket médio total da base de alunos teve expansão de 6,6% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Em relação ao próximo ciclo de captação, o presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério Neto, afirmou à Reuters que está observando crescimento tanto na modalidade presencial quanto no ensino a distância (EAD) e semipresencial.

"O ciclo de captação vem bastante positivo", afirmou, acrescentando que é difícil afirmar se essa aceleração está relacionada com o novo marco regulatório para EAD, por eventuais matrículas represadas, ou se é algo estrutural.

Ele também afirmou que ainda não percebe nos números da Cogna qualquer efeito dos primeiros sinais de desaceleração da atividade econômica.

Olhando as outras unidades, Vasta, de educação básica, teve alta de 21,8% na receita no segundo trimestre, enquanto Saber, de materiais didáticos, idiomas e solução de aprendizagem para governos (B2G), mostrou acréscimo de 14,6%.

Em meio a reportagens citando dificuldades na execução do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) pelo governo federal, o executivo afirmou que, de fato, houve atrasos, o que às vezes ocorre, mas que a companhia tem recebido os contratos.

"Nunca foi uma preocupação", afirmou.

O executivo também reiterou visão de que as novas regras de EAD serão positivas para o setor, com melhora no ambiente competitivo, principalmente para os grupos maiores, que geralmente têm mais recursos, uma vez que as mudanças implicarão mais custos para as companhias.

A estratégia da Cogna é repassar esse custo maior, estimado pela empresa em cerca de R$5 no valor da mensalidade no caso dos cursos 100% online e ao redor de R$35 nos cursos presenciais. "Mas vamos ter que viver a dinâmica de mercado".

Ele também ponderou que, como toda transição, tem uma adaptação. "Mas não acho que essas mudanças coloquem em risco o crescimento do setor", pontuou.

CAIXA

O resultado operacional medido pelo Ebitda somou R$527,8 milhões, alta de 16,2%, com acréscimo de 0,2 ponto percentual na margem, para 31,7%. Em termos recorrentes, aumentou 14,5%, para R$551,7 milhões, com queda na margem de 33,4% para 33,1%.

No mercado, a expectativa era de Ebitda de R$545 milhões, conforme a média de estimativas compiladas pela LSEG.

A Cogna também reportou um aumento de 206% na geração de caixa operacional após capex, para R$296,6 milhões, com geração de caixa livre de R$134,1 milhões, versus consumo de caixa de R$104,6 milhões no segundo trimestre do ano passado.

Houve uma redução de R$526,3 milhões na dívida líquida ante o mesmo período do ano passado, para R$2,8 bilhões, o que fez com que a alavancagem sob a métrica dívida líquida/Ebitda passasse de 1,79 vez para 1,22 vez -- menor patamar desde o final de 2018.

Valério Neto disse que a Cogna mantém a estratégia de gerar caixa e reduzir dívida para pagar menos despesa financeira, mas não descarta "um ou outro M&A" estratégico, como uma faculdade de medicina ou uma empresa edtech para ampliar o portfólio.

Ele também acrescentou que uma das prioridades para o uso do caixa é distribuição de dividendos, mas não decidiu ainda se fará pagamentos intermediários.

"A nossa estratégia, por enquanto, é fazer a distribuição do mínimo obrigatório....queremos esperar o cenário estar um pouquinho mais claro, não o cenário operacional, o cenário do Brasil", acrescentou.

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