Com dívida de R$ 1,5 bi, operadora do aeroporto de Guarulhos pode pedir recuperação judicial

Publicado 10.06.2025, 20:10
© Reuters.  Com dívida de R$ 1,5 bi, operadora do aeroporto de Guarulhos pode pedir recuperação judicial

Com uma proteção obtida na Justiça contra credores vencendo na próxima segunda-feira, 16, a Invepar, que controla a GRU Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, se prepara para um pedido de recuperação judicial, que poderá ser entregue à Justiça em breve. O pedido envolverá dívidas de R$ 1,5 bilhão.

Nesta quinta-feira, 12, uma assembleia-geral extraordinária irá votar o ajuizamento da causa da Invepar, que tem como acionistas os fundos de previdência Previ (Banco do Brasil (BVMF:BBAS3)), Petros (Petrobras (BVMF:PETR4)) e Funcef (Caixa), além do FIP Yosemite, da gestora Monte Capital.

Procurada, a Invepar disse que não irá se manifestar sobre processos em curso. "A companhia segue trabalhando na busca de soluções e para a melhor composição dos interesses junto aos credores", afirma em nota. Petros, Funcef e Previ optaram por não comentar. Os bancos também não comentaram.

Os três fundos de pensão são credores de R$ 650 milhões em debêntures ao lado da Mubadala Capital, gestora de investimentos do fundo soberano de Abu Dhabi de mesmo nome, detentora de metade deste crédito. Os fundos, por serem acionistas, não votam em questões relacionadas às debêntures, de acordo com um especialista em direito.

A proteção contra credores (cautelar) foi pedida pela Invepar após ter sido decretado o vencimento antecipado das debêntures, em razão do descumprimento de obrigações previstas no contrato por dois meses, da ordem de R$ 30 milhões.

Entre elas, o repasse de dividendos da Lamsa, a Linhas Amarelas do Rio de Janeiro, e de parte dos recursos levantados com a venda da participação de 4,73% no VLT Carioca para a Motiva (ex-CCR), concluída em março deste ano. Além dos debenturistas, a companhia tem dívidas oriundas da concessão já extinta da rodovia BR-040, que liga Juiz de Fora a Brasília, com Bradesco (BVMF:BBDC4), Itaú (BVMF:ITUB4), Banco do Brasil.

Outros fatores que motivaram a cautelar com vistas à recuperação judicial é o litígio da Lamsa com o município do Rio de Janeiro, que deseja retomar a concessão sob argumento de abuso tarifário. A Lamsa é garantidora de até R$ 300 milhões das debêntures.

A Mubadala investiu pela primeira vez na Invepar em 2017, com um aporte de cerca de US$ 250 milhões, que já foi renegociado com a companhia por sete vezes, segundo uma pessoa a par do assunto. O entendimento da Mubadala, de acordo com essa pessoa, é o de que a empresa não tem risco de insolvência e tem caixa suficiente para honrar seus compromissos mensais, uma vez que o vencimento das debêntures só ocorre em 2026. A Invepar teria pedido seis meses para os debenturistas para apresentar uma proposta de renegociação dos créditos, disse a mesma fonte.

A participação da Invepar no Aeroporto de Guarulhos ficará fora da recuperação judicial. A Mubadala já manifestou interesse no aeroporto no passado.

Balanço

A Invepar não divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2025. Com isso, os números mais recentes anunciados pela companhia são os do quarto trimestre de 2024.

No período, a Invepar reportou prejuízo líquido de R$ 40,4 milhões, revertendo o lucro de R$ 5,2 milhões registrado um ano antes. No acumulado de 2024, o prejuízo foi de R$ 880 milhões, aumento anual de 436%. O impacto negativo é decorrente do resultado da equivalência patrimonial após encerramento das atividades da empresa Concessionaria BR-040 S.A., segundo a companhia.

A dívida bruta da companhia era de R$ 3,3 bilhões ao final de 2024, 4,7% maior do que um ano antes. Já a dívida líquida caiu 61,8% na mesma base comparativa, para R$ 478,4 milhões, refletindo a amortização de principal do período e aumento de caixa e equivalentes, bem como da remuneração das aplicações financeiras, segundo a Invepar.

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