SÃO PAULO (Reuters) - A Compass (SA:PASS3) Gás e Energia espera que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) dê sua aprovação final para a compra de fatia de 51% da Petrobras (SA:PETR4) na distribuidora Gaspetro em mais alguns meses, disse o presidente-executivo da subsidiária do grupo Cosan (SA:CSAN3).
Segundo Nelson Gomes, após a aprovação do negócio pelo Cade, a companhia considera alienar participações em até 12 das 18 distribuidoras que compõem a Gaspetro, uma vez que a Compass, já dona da gigante Comgás (SA:CGAS5), busca foco na alocação de capital e fará uma gestão do portfólio.
Anteriormente, a empresa já havia assinado contratos com terceiros para a alienação da potencial participação a ser detida em 12 distribuidoras de gás natural da Gaspetro.
A alienação ocorreria nas distribuidoras em que a Gaspetro detém fatias minoritárias.
"Dezenove distribuidoras, com a Comgás, é algo bastante grande, e gostamos de ter foco...", disse Gomes, durante evento de investidores da Cosan.
A aprovação final do Cade deve vir após a superintendência-geral do órgão ter dado aval sem restrições para a operação, apesar de algumas contestações de grandes consumidores.
O executivo comentou ainda os efeitos da guerra para os negócios de gás natural, e destacou que o custo mais "desafiador" não vai inibir investimentos, considerando que o mundo busca segurança energética.
Ele também disse que a volatilidade do preço do gás natural devido à guerra tem atrasado a abertura do mercado livre.
"O cliente tem mais dificuldade de se tornar livre em ambiente volátil, é natural que clientes busquem contratos de prazos mais estendidos", comentou.
Ele lembrou que muitos contratos que terminavam em 2021 foram renovados, estendidos até 2023 e 2024.
Mas o executivo acredita que, passada essa volatilidade, o mercado deve seguir na "direção correta, cada vez mais livre".
(Por Roberto Samora)