SÃO PAULO (Reuters) - (Corrige no 8o parágrafo informação para participações em SPEs, em vez de referência a acordo com Vinci Partners)
SÃO PAULO (Reuters) - A PDG Realty optou por cautela na decisão pela operação de aumento de capital com a Vinci Partners diante de uma atual conjuntura econômica que impõe riscos para o planejamento estratégico da companhia, afirmou o presidente da construtora e incorporadora, Carlos Piani, nesta quinta-feira.
O executivo afirmou que a empresa já concluiu a rolagem de dívida da empresa que vencia no primeiro e segundo trimestres e que a operação de aumento de capital anunciada na noite da véspera com a gestora de recursos, de entre 300 e 500 milhões de reais, não foi imposta por bancos como condição para as rolagens.
"O aumento de capital não foi exigência dos bancos (...) Nossa estratégia vinha sendo rolagens no varejo, mas com o ambiente mais incerto, faz sentido negociar de forma mais consolidada. Este processo está em curso", disse o executivo em teleconferência com analistas.
"O aumento de capital não veio para resolver amortização e dívida do ano. Vem para gerar maior margem de segurança ao longo de 2015", disse Piani.
Além da operação de aumento da capital, a PDG continuará olhando "ativamente" para a venda de ativos considerados não estratégicos para melhorar sua estrutura financeira, como por exemplo, a venda da participação da PDG em uma incorporadora argentina.
"Estamos analisando de uma forma muito pró ativa... A gente vai buscar acelerar a monetização destes ativos", disse o executivo em entrevista separada à Reuters.
A PDG possui participações minoritárias avaliadas em cerca de 1 bilhão de reais, enquanto o valor dos terrenos com potencial para venda chega a 2,5 bilhões de reais, segundo o executivo. "Isso não quer dizer que este valor será integral. Existe espaço para levantar uma parte destes 3,5 bilhões de reais em recursos", afirmou.
O executivo e o vice-presidente financeiro, Marco Kheirallah, afirmaram que vendas de participações em sociedades de propósito específico (SPEs) não implicam em nenhum retorno mínimo garantido nas operações, mas em uma distribuição "desproporcional" de resultados entre os sócios.
A PDG divulgou na noite da véspera que encerrou o quarto trimestre com prejuízo de 222 milhões de reais, com a margem bruta recuando 6,6 pontos percentuais sobre um ano antes.
Piani afirmou que espera uma geração de caixa crescente da PDG em 2015, diante do esperado crescimento do volume de entrega de unidades da empresa este ano. Ele, porém, evitou dar detalhes sobre a meta da PDG para 2015.
Em 2015, a PDG continuará focada na venda de estoques, mas segundo os executivos a companhia está preparada para lançar mais do que lançou no ano passado.
"Do lado operacional, fizemos o nosso dever de casa. Agora a gente está precisando que o mercado apresente uma oportunidade", disse o executivo.