Credores da varejista Marisa entraram na Justiça pedindo a falência da empresa devido a dívidas de R$ 882.797.84. A MGM Comércio de Acessórios de Moda diz ter a receber R$ 363.562,44. Já a Plasútil Indústria e Comércios de Plásticos afirma que a varejista de moda deve a ela R$ 173.501,42. A Oneflip Indústria e Calçados fala em uma dívida de R$ 345.733,98.
A Marisa será intimada para dar resposta em dez dias e poderá depositar integralmente os valores devidos para evitar a falência. Outra opção seria pedir recuperação judicial nesse período. Segundo apurou o Estadão, os pedidos foram feitos para pressionar a varejista a quitar os débitos, mas a renegociação da dívida de cerca de R$ 600 milhões com os bancos está em estágio avançado.
Valores baixos
Na visão de Renato Leopoldo e Silva, do escritório DSA Advogados, os valores pedidos pelos credores na Justiça são baixos e não devem oferecer risco real de falência do negócio. "Os dois pedidos de falência já foram recebidos pela juíza da 3.ª Vara de Falências de Recuperações Judiciais da Capital e determinada a citação da Marisa", diz Leopoldo e Silva.
Procurada, a Marisa não se pronunciou sobre os pedidos de falência. Em fatos relevantes publicados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informou estar "tomando providências para sanar essa situação".
O reestruturador de empresas João Pinheiro Nogueira Batista, que assumiu o comando das Lojas Marisa (BVMF:AMAR3) há pouco mais de um mês, disse, em entrevista ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a concorrência com as varejistas internacionais, como a Shein, prejudicou a companhia. "Se economia estivesse melhor e sem esse contrabando todo, talvez eu não tivesse de fechar 90 lojas", disse Nogueira Batista na ocasião. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.