Investing.com – Ações de companhias varejistas estavam em alta no pregão desta quarta-feira, 12, após a divulgação de dados do setor e com a repercussão de notícias sobre taxação de marketplaces asiáticas.
Às 12h (de Brasília), os papéis da Lojas Renner (BVMF:LREN3) subiam 2,37%, a R$17,31, enquanto os da C&A (BVMF:CEAB3) tinham alta de 2,03%, a R$3,01. Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) apresentava elevação de 2,12%, a R$3,86 e Americanas (BVMF:AMER3) de 5,83%, a R$1,09.
Do outro lado, Via (BVMF:VIIA3) caía 0,99%, a R$2,02. Os BDRs de Mercado Livre (NASDAQ:MELI) recuavam 2,69%, a R$52,07.
O Índice de Consumo também apresentava alta de 0,82%, enquanto o Ibovespa subia 0,29%.
E-commerce sem taxação na mira
O governo anunciou ontem que pretende acabar com a isenção de imposto sobre encomendas internacionais de até US$ 50 dólares, mirando empresas como Shein, Shopee e Aliexpress.
Gigantes varejistas vem se beneficiando da isenção, o que a Fazenda acredita ser um “disfarce” da real atividade de vendas de produtos como remessas de pessoa física, para burlar a tributação.
Com preços mais competitivos sem impostos, as empresas locais vinham sofrendo e amargando perda de market share, alegando concorrência desleal.
Dados do varejo
Informações setoriais estão na pauta do dia. Em janeiro deste ano, o volume de vendas do comércio varejista nacional apresentou elevação mensal de 3,8%, na série com ajuste sazonal. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média móvel atingiu 0,1% no trimestre encerrado em janeiro. Além disso, na comparação com o mesmo mês do ano passado, as vendas do comércio varejista tiveram acréscimo de 2,6%, apresentando sexta alta seguida. No acumulado de 12 meses, o índice foi de 1,3%, contra 1% em dezembro.
Segundo Rafael Perez, economista da Suno Research, ainda que o dado seja positivo, é preciso ter cautela sobre o setor, que passa por momentos desafiadores. “A desaceleração da atividade, a perda de dinamismo do mercado de trabalho e o aumento do endividamento e da inadimplência das famílias tendem a afetar o ímpeto por gasto pelas famílias”, informou em nota.
Jose Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, avalia as perspectivas para o setor como modestas. “A queda dos juros pode ocorrer mais cedo do que o esperado, mas o efeito no crédito ao consumidor deve demorar para chegar. E o mercado de trabalho ainda está se acomodando e contendo grandes melhoras na ocupação e na renda”, destaca em relatório divulgado aos clientes e ao mercado.