Por Michael Elkins
As ações da Tesla (BVMF:TSLA34) (NASDAQ:TSLA) registravam uma alta de 5,03% por volta das 12h36 desta terça-feira, após o anúncio de cortes de preços fazer a ação da empresa de veículos elétricos fechar o pregão de segunda-feira a US$ 211,25, uma queda de 1,49%. As ações de veículos elétricos da China seguiram o mesmo caminho, com quedas de 15% em média, em comparação com a alta de 1,15% do NASDAQ. O Deutsche Bank atribui essa fraqueza à surpresa negativa em torno da escolha do novo líder chinês, falta de atualizações das políticas de Covid zero e preocupações com os cortes de preços da Tesla.
A Tesla reduziu o preço do Model 3 e do Model Y na China em torno de 5% na segunda-feira. Esses cortes não chegam a causar surpresa nos investidores, embora o momento em que foram feitos possa ter sido antes do esperado. O Deutsche Bank acredita que isso pode aumentar as encomendas, já que a gigafactory de Xangai teve sua capacidade de produção aumentada para 1 milhão de veículos por ano.
Os analistas do Deutsche Bank escreveram em nota: “Quanto aos cortes de preços da Tesla, não consideramos que o movimento seja uma grande surpresa, com base em nossas discussões recentes e enfatizamos que a companhia possui a maior margem entre as fabricantes de veículos elétricos, permitindo que utilize o mecanismo de preço como alavanca. Em nossa visão, a Tesla pode estar enfrentando uma combinação de macro fraco e algum nível de aumento de concorrência no mercado local. Ainda que a Tesla não esteja imune a uma crise econômica, seu crescimento e suas margens podem se mostrar muito mais resilientes do que o resto da indústria em uma recessão global, dado que várias alternativas estão à sua disposição”.
Em nível macro, o CEO Elon Musk citou que as condições na China se aproximam de uma recessão durante a última teleconferência de resultados, e em uma conversa com o Deutsche Bank, a Tesla mencionou que a redução geral da demanda estava impactando todos os fabricantes automotivos da região. Ao mesmo tempo, o mercado de veículos elétricos também ficou muito mais competitivo. Em relação aos EUA e à Europa, a China está registrando o lançamento de diversos produtos, bem como um aumento da capacidade produtiva.
Vários novos modelos entrarão no mercado, de empresas como Nio (NYSE:NIO), Li Auto (NASDAQ:LI) e Xpeng (NYSE:XPEV), a partir do quarto trimestre. Sem lançar novos modelos, a Tesla está basicamente vendendo os modelos antigos que, apesar de populares, têm um teto natural de demanda, sobretudo após diversas elevações de preços neste ano.
No entanto, ainda que o cenário operacional permaneça desafiador para a TSLA, o Deutsche Bank acredita que a companhia está em boas condições para entregar um forte crescimento e uma boa margem em 2023, mesmo com cortes de preços.