Por Gabriel Araujo
SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer (BVMF:EMBR3) contratou a consultoria Oliver Wyman para ajudá-la a explorar o mercado de equipamentos militares dos Estados Unidos, disse o chefe da área da fabricante de aviões, que pretende vender seu cargueiro C-390 para a maior economia do mundo.
Expandir presença no exterior com mais vendas do C-390 - um concorrente do C-130 Hercules, da Lockheed Martin (NYSE:LMT), - tem sido um dos principais objetivos da divisão de produtos militares da Embraer, que já havia designado os EUA como um mercado-chave no setor.
A Embraer deu início ao projeto com a Oliver Wyman há cerca de um mês e está "totalmente engajada" na construção de uma estratégia para penetrar no mercado norte-americano com seu portfólio de produtos, disse à Reuters o presidente-executivo da divisão de produtos militares, Bosco da Costa Jr.
"A gente fez um processo de seleção muito criterioso, avaliando a capacidade dessas consultorias num âmbito de defesa, e concluímos que a Oliver Wyman é a empresa que vai nos ajudar", disse Costa na quinta-feira.
"Fizemos o 'kick-off' com a Oliver Wyman desse projeto há um mês atrás e estamos completamente engajados para construir a estratégia."
Explorar possibilidades de fusões e aquisições pode ser uma forma de a Embraer acessar o mercado norte-americano, enfatizou o executivo.
"A gente vai avaliar todas as formas. A gente já estudou isso, inclusive a Oliver Wyman já nos apresentou isso - uma das formas que várias indústrias encontraram de penetrar nos Estados Unidos foi via fusões e aquisições. Essa é uma das possibilidades, a Embraer vai avaliar isso também", disse Costa.
A Embraer Defesa, a divisão de produtos militares, já tem uma presença nos EUA, onde, por exemplo, voa o avião de ataque leve Super Tucano. A empresa tem uma linha de produção para o turboélice em Jacksonville, na Flórida. Mas a conquista de vendas do C-390 no país seria um divisor de águas.
Costa disse que vê espaço para que os EUA tenham uma frota mista formada por aviões-tanque estratégicos maiores e aeronaves de reabastecimento tático menores, como o C-390, que já foi adquirido por alguns países da Otan.
Além do Brasil, Holanda, Portugal, Hungria, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul já adquiriram a C-390 para suas frotas.
"Qualquer 'player' de defesa no mundo não pode estar fora desse mercado", disse Costa sobre os EUA, observando que o C-390 tem equipamentos norte-americanos suficientes para atender às exigências locais. "Esse é um projeto estratégico, que o conselho de administração da companhia tem acompanhado."